quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Marcos Keld - Ninguém Evolui Através do Medo


Veja que é antinatural qualquer estrutura que fragmente o grande fluxo da vida. E sendo antinatural, não pode haver a unidade, não pode haver a volta ao Uno. E nada é mais distorcido que o medo. Sua essência é a própria poluição da naturalidade da existência.

Logo, a evolução não se dá através de uma distorção, não se dá através do medo. Sendo a evolução o expandir da matéria a fim de que ela se una com a própria Divindade, nada que contraia pode conter ou dar ignição a essa evolução.

O medo é um agente da contração. Então, quem alimenta ou espalha o medo não apenas está estagnado, como também está ajudando a estagnação das pessoas ao redor. É um atentado contra a própria vida.

Perceba que não há evolução através do medo, e isso ocorre nas duas vias, no sentido de quem o propaga e no sentido de quem o alimenta. Se há um mito moderno sobre evolução, é justamente a ideia de que a pressa e o medo podem auxiliar num possível abrir de olhos. Mais que um mito, é pura ignorância.

Se a raiz de um processo está corrompida, todo o processo também o estará. Deste modo, a própria ideia de que há evolução através do medo só pode existir em uma mente poluída e preenchida pelo mesmo sentimento. Aqui então está o equívoco de um pseudoconsciente, cuja ignorância, no sentido de desconhecimento, induz ao pequeno eu a falsa impressão de evolução.

A proposta para que isso possa ser revertido é o reconhecimento não apenas do erro, mas também da própria ignorância. Todavia, isso não é possível de acontecer a menos que haja um Impacto. Em não havendo a faísca causadora de uma mudança de visão, difícil será para que a pessoa egóica/ególatra reconheça sua total estagnação.

Pois a raiz fundamental de uma evolução consciente está justamente na purificação dos sentimentos. Logo, o amor é a base de qualquer processo evolutivo.

Mesmo não havendo total conhecimento de que sua presença está dentro de você, se neste instante o seu caminho é mais harmônico que outrora, significa que em breve você terá essa noção e perceberá o amor fluindo através do seu Ser.

Mas note que ao conhecer um sacerdote do medo, alguém que se apraz, mesmo que inconscientemente, em propagar o medo, você não deve tentar mudá-lo por caminhos diretos. Devido à complexidade em que se encontra a mente deste alguém, o mais sábio será manter-se neutro e possivelmente distante.

Quem vive pelo medo só tem olhos para o medo. Uma mudança de olhos se dará apenas quando o objeto que dá início ao processo se desfizer. Logo, o tempo é o único caminho para que o agente do medo se dê conta de sua total inconsciência. Pois isso, invariavelmente, é inerente apenas a ele.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Jorge Antonio Oro - Vontades e desejos - Nossos filhos invisíveis



Vontades e desejos – Nossos filhos invisíveis

Oduvaldo Gama Oliveira, comentou".. falamos de Vontade e de Desejo. Como diferenciar um do outro?Como saber se o que "queremos" está baseado na Vontade ou na Supra Vontade ou trata-se de um Desejo? E como intensificar a nossa força de Vontade ou a nossa Supra Vontade?"

1) Os Pitris Agnisvathas, no início da 3a raça mãe, deram ao Jiva(embrionário) de então, a semente do que viria a ser o sistema cérebro-espinhal (aproximadamente 160 milhões de anos, no período Mesozóico, Jurássico) e polarizaram o Prana, para a divisão dos sexos( por volta de 30 milhões de anos, no período Cenozóico, Oligoceno).

2) Criada assim a constituição do que viria a ser o homem de hoje, foi transportando-se gradativamente a consciência do sistema neuro-vegetativo para o sistema cérebro-espinhal.

3) 7 hierarquias formam o que nós chamamos de ser humano: 3 hierarquias sem forma(que formam o EU superior, o “espírito” de cada um; Atmã, Budhi e Manas superior, ou mente abstrata) e 4 hierarquias com forma(Mente concreta, astral, vital e físico).

4) Estas 3 hierarquias sem forma (arrúpicas, em sânscrito) tem como atributos: Atmã, a Vontade; Budhi, o Amor-Sabedoria, e Manas Superior, a atividade. Estas 3 são chamadas de o Tríplice Atmã.

5) A Vontade, densifica-se e gera o Amor-sabedoria que, densifica-se e gera a Atividade: Isto é a Mônada, isto é o Ego, que evolui através das idades, estando hoje evoluindo nesta hierarquia chamada Jiva, que tem a forma do que chamamos seres humanos.

6) Assim, por Lei, em um ser humano terminado, a atividade deveria guiar-se pela intuição(Manas superior), a paixão-conhecimento deveria guiar-se pelo(ou transformar-se em) Amor-Sabedoria, e os desejos deveriam submeter-se a vontade concreta(a lógica) que, por sua vez, seria uma expressão da vontade superior (Atmã).
Neste ponto, o homem( o Jivatma) já não distingue mais se está no mundo visível ou no invisível, na terra ou no universo

7) O ser humano tem em si, todo o resultado evolucional das etapas anteriores, por onde ele mesmo passou, sendo evolucionalmente (denso) um “filho de si mesmo.

8) Antes de seguir, gostaria de lhe falar: Todo ser humano deveria respeitar os seres invisíveis do vital, astral e da mente concreta (os planos onde hj nós criamos livre e inconscientemente) como o que verdadeiramente são: seus irmãos de evolução, pois é o caminho que todos nós já percorremos, antes de iniciarmos a experiência no mundo físico. Hoje, achamos que podemos criar inocente (ou impunemente) seres nestes planos(emoções, pensamentos, etc) sem saber, que é um “chão” onde já pisamos!

9) Então, o trabalho evolucional é fazer com que os atributos superiores transforme o mais denso, e o mais denso a ser transformado é o conjunto existencial humano, o vital, astral e o mental concreto, que correspondem a 3 reinos elementais básicos que devem adquirir um estado Atmico (ou Satwa) de consciência.

10) Vital: são os instintos.
Astral: emoções, desejos e suas variantes.
Mental concreto: conhecimento
Devemos lembrar que cada um destes planos é um verdadeiro “mundo”, com incontáveis possibilidades de seres, por exemplo indo da erotização mais densa até o amor fraternal, do ódio mais intenso ao amor universal, da mística devocional a iluminação. Tudo aí convive, com suas devidas separações, sempre em escala de Sete.

11) Nestes mundos, obviamente, existem não só as criações humanas.

12) Vejam que, estamos analisando a evolução, a iniciação, “de cima para baixo”, e não o contrário. Assim, o Eu Superior, tem que tomar consciência do mundo denso, e faz isto através da individualidade, o Ahankara, que nos dá a impressão do “eu sou”. Aquilo que nos dá a (falsa) impressão que somos separados dos outros seres humanos.

13) Um conjunto destas Mônadas, sempre em escala de 7, une-se a cada passo em direção ao próprio Logos: esta é a forma da realização do Um no Todo e o Todo no Um.

14) Assim, quando viveremos este estado de ser Um com o Todo? Já vivemos agora, só que quem está perguntando é a mente concreta, e “ela” ainda não tem consciência disto.

15) Assim, de manas superior (intuição) emana(!!) o que chamamos de vontade que, tende a entrelaçar-se com o mais denso.

16) A individualidade, o Ahankara, é na verdade o “Eu”, usando uma roupa que o próprio “eu” preparou ontem (nas vidas anteriores) para usar nesta(vida).
Se nossa roupa está amassada, com algumas manchas, com rasgos, obscura ou se brilha feito o sol, se é leve ou pesada, se é apropriada ou inapropriada para este dia de hoje (esta vida) não importa. Importa é que é o resultado de nossas próprias escolhas e ações (tendências positivas, negativas, Karma, etc).

17) Deste conjunto de possibilidades (a matéria utilizada para engendrar o físico, vital, astral e mente concreta) é que se exteriorizam os gostos, os desejos, as dores, os amores, as expectativas, as lutas do dia a dia, e as vitórias da Lei em cada um de nós.

18) São 3 expressões da vontade(no mundo do Jiva):

a) vontade instintiva: ligada ao instinto do corpo denso, é a energia bruta;
b) auto-vontade: ligada as funções do Ahankara, inerentes a individualidade. Tem que ser controlada para não se transformar em rebeldia, ou egoismo;
c) Supra-Vontade: a vontade que transcendeu ao Ahankara, a individualidade, é a Vontade Atmica, o caminho da consciência.

19) Uma coisa muito importante, é ouvirmos nossa própria voz: se eu digo “ minha ação, minha reação, meu desejo, minha emoção, meu conhecimento”, não nos damos conta, mas quem está falando somos Nós mesmo. Se eu digo o “meu conhecimento”, significa que quem está falando não é o conhecimento. Se eu digo “minha emoção”, idem.
É relevante atentarmos para isto, pois nos coloca acima do instinto, da emoção/desejo, do conhecimento. Ahankara! E é o primeiro passo para a descida da consciência.

20) A Vontade que existe inata em cada ser humano, sabe exatamente o que quer, o que é a Lei, mas no processo de descida, submete-se aos planos aos quais (ainda) não compreende, terminando, por vezes, sequer se manifestando.

21) Lembrem-se:

a) Decisão não é vontade, é uma mecânica de entrelaçamento de fatores;
b) Intuição é em si, o veículo da manifestação da Vontade superior, uma vez que a intuição pura não conhece Adharma, o erro.
c) A vontade é aquilo que faz com que todas nossas ações, pensamento, emoções, sejam de acordo com a Lei.
d) A vontade deve orientar, controlar e sublimar os instintos;
e) A vontade deve orientar, controlar e sublimar a manifestação de toda e qualquer emoção/desejo existente;
f) A vontade deve orientar e controlar a criação de toda e qualquer nova forma astral (desejos, emoções, medos, etc);
g) A vontade deve orientar a expressão do conhecimento;
h) A Vontade deve sobrepor-se a decisões que estejam em desacordo com a Lei;
i) A vontade deve nortear a geração de novos conhecimentos;
j) Desejo não é vontade;
k) Instinto não é vontade;
l) Ações para satisfazer um desejo não são frutos da vontade;
m) A falta de ação, a inércia, é a ausência da Vontade;
n) A vontade de reação, não é vontade, é a ação do desejo de alimentar aquilo que não foi sublimado;
o) A força de vontade é uma expressão para definir um momento de ausência de vontade;
p) Não existe Vontade insuficiente, existe ausência temporária da ação da Vontade;
q) medo é ausência da Vontade, o que permitiu que um desejo de ter medo se alimentasse de vc;
r) Vontade de “tomar água” não é Vontade: é a ação de Tejas em seu organismo, avisando que a temperatura precisa ser equilibrada. Mas o ato de matar a sede implica em Vontade de ir beber água, e vontade para impedir que a sede seja usada pelo desejo de tomar refrigerante, fazendo com que vc o alimente.
s) Vontade de instruir-se é vontade;
t) A falta de vontade de instruir-se, é na verdade a ausência de vontade, abrindo oportunidade para que um desejo se alimente: “depois eu vou ler, agora vou descansar um pouquinho vendo tv!”.
u) A falta de vontade é que gera as ações que depois resultam em arrependimento, autocrítica negativa, etc, etc. Pois se a vontade estivesse em ação, não permitiria que um desejo que lhe é danoso, se satisfizesse,.

22) A forma de despertar de forma permanente a Vontade, é exercitá-la, das coisas mais simples às mais complexas.

a) Exemplo para vontades instintivas: (a hora do almoço): vc está com fome, serve seu prato, senta-se e automaticamente começar a se alimentar. Não! Sirva seu prato, sente-se e eduque inclusive a vontade instintiva(que é lícita, baseada na necessidade orgânica de alimento). Olhe sua comida, sinta vontade, mas aguarde alguns instantes, tendo consciência que está dominando a vontade(e necessidade) de comer. Depois, diga: Agora eu vou comer.

b) Exemplo para desejo (a geladeira): vc está assistindo tv, e vê a publicidade daquela cerveja (ou qquer outra coisa) e isto desperta em vc o desejo de beber (ou comer). Vai na geladeira e, ao abrir a porta, todos os desejos acordam, pois sabem que ali dentro, tem “vida”, alimento par “todo mundo, todos os desejos”.
O que fazer: vá para a geladeira para pegar cerveja (e, óbvio, salgadinho, pickles, ou fazer uma pipoca para combinar). Ao abrir, olhe para tudo o que tem dentro, sinta todos os desejos em ebulição, pois estão prestes a serem alimentados, tenha ciência do que acontece, e faça o inesperado: Não! Estou com vontade, mas não agora. Volte para a tv, e mais tarde, vc pode até ir tomar a tal cerveja (com pipoca ou o que queira). Mas antes, vc vai dizer para o seu desejo: agora eu vou, mas se me incomodar muito, eu volto!!!

c) Exemplo para a inércia passiva: vc está jogadão no sofá, só vendo as unhas crescerem, sem fazer nada, exercendo seu direito de ser uma árvore (com todo respeito ao reino vegetal)! Os argumentos para permanecer assim são muitos, e se vc tem o impulso (que não é vontade) de ir fazer alguma coisa, vem sempre uma justificativa ou argumento: está cedo, está tarde, depois eu faço, estou cansado, etc. Então vc fica “sapeando” pelos canais de tv. Não! Levante-se e vá fazer qquer coisa, ler, andar, pensar, só para mostrar aos responsáveis pela “sindrome da árvore” que vc manda;

23) Poderíamos falar de centenas de exemplos, medo, crítica, apatia, dúvida etc.
Poderíamos usar um dicionário, pois para cada palavra, existe uma criatura associada, que se alimenta quando acontece, e que precisa ser sublimada.

24) E a única forma de sublimação, é pelo exercício da Vontade, lembrando que a Vontade deve ser sempre posta em Atividade, com Amor e Sabedoria, pois assim, vc exercerá o papel de “pai-mãe” consciente para com seus filhos invisíveis.
Eles, todos (os seus desejos instintos, conhecimento) não pediram para serem gerados e foi vc mesmo que os gerou em Adharma, e o que todo ser existente em Adharma deseja, é estar em Dharma.

25) A diferença do mundo invisível para o visível, é que no invisível, ninguém consegue “doar” seus filhos para adoção, e tampouco a morte física nos liberta de educá-los.

26) Lembre que estes mundos(planos) no qual vc está criando, já foram seu “lar”.

27) Sempre os elementos que vão levar a uma ação externa (ou pensamento) são colhidos e levados para a mente concreta, que vai discernir sobre sua execução ou não, vencendo a lógica ou os desejos. Se a mente concreta estiver permeada da mente abstrata, intuição, qualquer ação será resultado da ação concomitante da vontade.

28) Temos que entender que, agir permanentemente com Vontade em nós mesmos, é agir no próprio universo.

29)Ao sublimar um instinto, um desejo, transformar conhecimento em sabedoria, estamos simplesmente agindo em um mundo, dando consciência a estes seres, da mesma forma que, em um momento evolucional, seres mais antigos que nós (os Agnisvathas, por exemplo) também interferiram.

30) Lembrem-se que, nestes mundos, nestes planos, não existe nenhuma emoção, pensamento, desejo, medo, instinto, conhecimento desentrelaçado.
Estão todos interligados por esta razão, quando vc resolve o seu, resolveu uma parte de toda a humanidade.

Há muito, muito a saber sobre isto, mas faz parte do caminho de cada um.

Fraterno abraço e cuidem fraternal e conscientemente de seus filhos(invisíveis).

(Jorge Antonio Oro)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A fé e o sistema monetário



Não é de hoje que a fé religiosa divide o mundo, tanto ideológica como geograficamente.  Desde que as igrejas começaram a surgir como poderosas instituições e se embrenharam nos dizeres do Estado, muitas guerras e divisões de territórios tiveram motivos religiosos e isso dura até hoje, talvez com menos força na maioria dos lugares (especialmente onde a igreja católica tinha o domínio), mas muito presente ainda em outras partes do globo.
Me arrisco a dizer, no entanto, que existe um outro tipo de fé que não distingue geografia, raça, cor ou credo e que de certa forma unifica a todos nós – mas não no sentido positivo do conceito de unificação. E essa é a fé no sistema monetário, ou seja em tudo aquilo que tem a ver com o fluxo de dinheiro em nossa sociedade.
Antes de prosseguir, gostaria apenas esclarecer o significado da palavra  para que ninguém ache que exista algum sentido espiritual ou metafísico na reflexão a seguir.
Do Wikipedia:
 (do Latim fides, fidelidade e do Grego pistia[1] ) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão.
Com o exposto acima estabelecido, podemos começar a refletir sobre nossa relação com o sistema monetário, e perceber que é uma relação baseada na mais completa ignorância e confiança, o que poderia ser traduzido em fé cega.
O dinheiro é uma parte importantíssima de nossas vidas. Passamos boa parte de nosso tempo nos preocupando com ele: como conseguir ganhar mais, como gastar o que tenho da melhor maneira possível, quanto devo gastar com minha saúde, quanto gastar com minha moradia, será que não paguei muito caro naquela camiseta?
Praticamente todos os aspectos de nossa vida em sociedade estão atrelados direta ou indiretamente ao fluxo de dinheiro. E mesmo assim, ninguém entende direito o que é esse negócio chamado “dinheiro”. Por que ele existe? Como ele é criado? De onde vem? Para onde vai? Dinheiro tem fim?
A ignorância em respeito ao nosso sistema monetário (ou seja, baseado em moeda – dinheiro) tem a ver com a extrema (e intencional?) complexidade desse sistema e o baixíssimo nível de instrução da grande maioria da população planetária. Mesmo se quiséssemos, seria virtualmente impossível explicar a todos como funciona o sistema monetário de maneira que todos o entendessem completamente. E isso é muito cômodo para os que estão em posição privilegiada de acesso à recurso e informações, pois a vantagem em obter mais e mais dinheiro é evidente.
Por isso gosto de comparar a relação das pessoas em relação ao sistema monetário com a fé, ou seja a confiança completa de que esse sistema é sólido, é correto e faz sentido. Ninguém sabe como funciona, mas sabe que “está lá, em algum lugar” e “tem pessoas trabalhando para mantê-lo funcionando”.
Podemos afirmar que, de fato, ele existe (ou seja, “está lá”), mas basta olhar com um pouco mais de cuidado para perceber que ele está longe de ser ideal, sólido, correto, ou fazer sentido. E isso – ou seja, olhar com mais cuidado – ninguém faz. Ninguém questiona. Ninguém para e se pergunta: “como o dinheiro é criado?”, “O que acontece quando deposito meu dinheiro no banco?”. Será que as pessoas sabem que o dinheiro é criado a partir da dívida e que essa dívida cresce mais rapidamente que o dinheiro disponível para pagá-la devido aos juros?
Podemos até fazer comparações na relação das pessoas com o sistema monetário e as religiões. Apesar de não tão bem definida como a religião, que herdou sua hierarquia das instituições militares, existe uma estrutura vertical de poder no sistema monetário. Acreditamos no que dizem os ministros, presidentes de bancos centrais, FMI e afins, da mesma forma que fiéis absorvem ensinamentos dos sacerdotes. Se ele falou, deve estar certo. Para explicar a crise, aparece um sem-número de economistas, cada um com uma explicação, que na opinião dele é a melhor de todas. Alguns entendem metade do que dizem, outros não entendem nada mas acham (e fingem) que entendem e a grande maioria sequer se importa em ouvir pois já sabe que ele vai falar grego (ou latim – como nas primeiras missas, onde ninguém entendia mesmo!).
Os bancos são como templos. Depositamos lá nosso dinheiro sem ter a mínima ideia do que é feito com ele. Confiamos todo o produto de nosso trabalho à essas instituições, que estão entre as mais poderosas do planeta, ignorando totalmente que ao entrar lá, nosso dinheiro é usado para que o banco crie mais dívidas e produza mais dinheiro (e lucro) para si. Isso eles não mostram nas propagandas com famílias felizes. Todo início de mês é como uma data religiosa e vemos a procissão de assalariados e pensionistas enfrentando filas para retirar seu dinheiro e pagar suas contas.
As crises vem e vão, países quebram, dívidas externas levam nações inteiras a falência e a grande massa sempre (com a ajuda de nossos analistas-sacerdotes, sempre com respostas na ponta da língua) segue acreditando que existem causas políticas, ou “naturais” do mercado para isso. Acreditar (ou ser levado a crer) que existam tais “fenômenos naturais” do capitalismo não é muito diferente que associar uma chuva ou um trovão à fúria de um deus do Olimpo.
A ciência foi capaz, após duras penas, de por um fim nesse tipo de ignorância. O problema é que o sistema financeiro e o capitalismo estão longe de serem sistemas criados com base no método científico e é por isso que precisam da “confiança” e da fé para se sustentar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bnegão - Nova Visão



Uma nova revelação, você sempre soube mas ainda não tinha compreendido
Uma nova humanização, a nova geração, passando de mono pra estéreo, em vários tons, é sério, é sério
O microfone, meu megafone, tome emprestado um pouco da minha energia, tem sobrando pra todos os lados
Força importante, uma força a mais pra aturar a pressão que tenta esmagar sua mente contra a parede chapiscada da ilusão
Enxergando a realidade por de trás, depois da curva
Apesar da visão turva e obscura da humanidade em geral
Miopia espiritual, pegou um, pegou geral
Dignidade, simplicidade, infelizmente se tornaram artigos de luxo na atualidade
Falta de vontade, disparidade entre discurso e atitude são maiores pilares dessa situação
Escalafobética, patética, na qual nos metemos, pela qual vivemos e morremos
Algumas vezes mais, pra aprender, reconhecer a todos como irmãos, uns mais evoluídos, outros não… mas todos com sua missão
(Refrão)
UMA NOVA VISÃO, É(3X)
O microfone, meu megafone, passando de mono pra estéreo a sua compreensão
Na real, discutir sobre o fim da violência é quase que total perda de tempo, paleativo, nem o sujeito mais socialmente ativo irá conseguir mudanças minimamente palpáveis
Praticamente apenas praticará o esporte mais popular da humanidade, jogar palavras ao léu, jogar palavras ao vento
Nada muda, enquanto não mudarem os valores na raiz de todos, eu disse todos, exploradores e explorados, violentadores e violentados, tudo é meio a meio, tudo caminha lado-a-lado
Não sei se me entende, mas o que eu digo o que a maioria, que ficasse nesse lugar faria o mesmo, quando tem uma oportunidade ou faz mesmo
Mesmo que em escala menor, microcosmo, macrocosmo, porém a intenção que movimenta a ação é sempre a mesma
Cadeia alimentar, lei da selva, o mais forte destroça, atropela, passa por cima do mais fraco
Consumismo, super valorização da matéria: o lado espiritual, ou seja, o real, ficou na miséria, a mesma que domina e povoa o planeta terra por sinal
Competição a todo custo, vitória a qualquer custo, estilo de vida fatal, que resultou nesse fiasco, nesse insulto que é hoje a humanidade, esse fracasso
"Faça o que eu falo, não faça o que eu faço"
Eu digo, isso pra mim é o primeiro passo pro que, em bom português, se chama hipocrisia, como é no alto clero, como é em Brasília
B black bota o dedo na ferida, antes de querer que a humanidade mude, que tal mudar um pouco nosso próprio ponto de vista?
REFRÃO
Paciência sem subserviência é a combinação mais poderosa desse mundo: somos realmente uma coisa só
O efeito bumerangue taí, provando, levando e trazendo o que há de melhor e pior
Plantamos e colhemos em outros cantos e aqui mesmo, portanto não seja dissimulado, você sabe o que está acontecendo
No centro de tudo, no centro da questão tá a preguiça, a falta de disposição pra mudar
Várias preguiças somadas e o mundo sente o efeito, mentalidade falida, morta viva, não tem jeito
Eu tô dizendo: é preciso quebrar as regras daqui, seguir as regras de lá, com confiança, sangue frio, sem se apavorar
Cada um no seu tempo, cada qual no seu caminho, estradas separadas seguindo pro mesmo objetivo. Destino ou não
Pelo menos no momento, uns mais rápidos, outros lentos, porém no subconsciente todos atentos
Formigamento ao ouvir o chamado, eu não invento nada, só transmito os recados, os fragmentos
Fábio, meu irmão, seguimos na missão, a cabeça erguida e no peito a batida que for, meu coração é exclusivo só do meu senhor
Estilo libertário, vivo nesse mundo mas não sou presidiário da matéria
Procuro me desvincular cada vez mais, desapegar, usar somente o necessário pra passar
Pois quando menos se espera, lá vem mais uma despedida do planeta terra…
REFRÃO.
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