sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Êxtase


[...]Você quer os picos, as montanhas, mas você não quer os vales - assim para onde irão os vales? E sem os vales, como pode haver os picos? Sem os vales, não pode haver nenhum pico. Se você ama os picos, ame os vales também.[...]E quanto mais elevado o pico de alegria, mais profundo será o vale, porque vales mais profundos são criados somente por picos mais elevados. Assim, quanto mais alto você for, mais baixo você cairá. E é exatamente como ondas que sobem; depois, vem uma parte do vale.[...] OSHO

A alegria da depressão é saber que ela é passageira, Assim, temos que aproveitar a alegria com consciência que ela também é passageira, quando temos temos consciência deste processo, viramos o nosso próprio observador, olhando a historia que nossa mente tagarela inventa , sem se identificar com ela, a mente acha que é a criadora da situação que você esta, ela adora ver você triste que é ai que ela tem o maior controle sobre você e a sua vida, ela se alimenta dos seus pensamentos e sentimentos, e o pessimista é o seu prato favorito, por isso que o mano Nietzsche dizia: "que nosso maior inimigo somos nos mesmo."

Tome cuidado sobre a historia que a sua mente esta lhe contado, ela esta querendo te sugar, te roubar do presente, fazendo você esquecer que você é um ser humano, e que vive em um universo de infinitas possibilidades, não deixa a mente te limitar, ela vive no passado e imagina o futuro, mas o único lugar que você pode ver o potencial total da vida é no agora, no aqui-agora, que é o único momento que você esta vivo. 

A mente não é má, ela só não tem consciência, e adora se alimentar da suas emoções, por que é ai que ela ganha maior poder sobre você, mas você não é sua mente, ela é apenas uma ferramenta que temos para socializar, observe ela, sem se interagir, e veja como ela ficara diferente, pratique a conversa consigo mesmo, e veja como ela consegue te distrair, quando você começa a observa-la, ela sofrera uma mudança, ela começará a ficar mas silenciosa e ai a senhora Intuição irá começar agir na sua vida, por isso o tio Einstein falava: "eu penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar - e eis que a verdade me é revelada". Não deixe que a sua mente, o ser que fala dentro de você, comande sua vida. Quando você se livra das correntes da mente, sua vida vira um êxtase.

A mente é um péssimo senhor, mas um ótimo serviçal.

(Matuzaleu)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Depressão.


A vida é uma incerteza pode ter certeza,

E quando pensamos que temos controle sobre o que ira acontecer, a Vida mostra quem é que manda, ela e seu parceiro Destino, lado a lado. Não ha como fugir, temos apenas que seguir adiante, com as feridas e os sorrisos, é um caminho longo e confuso, que quanto mais longe se segue, mais sozinho se fica, com a fé de dias melhores, mas enquanto isso, a dor continua, o orgulho do ego ferido, e o observador apenas olhando o desfecho desta historia, enquanto isso lagrimas percorre meu rosto, como diria o mano Criolo em sua música "Deus sabe sempre o que, tá fazendo, mesmo sabendo disso eu sofro, vai vendo".

A tristeza passa.
A alegria passa.

E eu fico.

(Matuzaleu)


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Medo da vida (parte 4)










Assim, nós não queremos a vida, queremos coisas mortas. Eis por que nós continuamos possuindo coisas. É difícil viver com uma pessoa; é fácil viver com coisas. Assim, nós continuamos possuindo coisas e coisas e coisas... É difícil viver com uma pessoa. E se nós temos que viver com uma pessoa, nós tentaremos fazer dessa pessoa uma coisa, nós não podemos permitir a pessoa.

Uma esposa é uma coisa, um marido é uma coisa. Eles não são pessoas, eles são coisas fixas. Quando o marido chega em casa, ele sabe que a esposa estará lá, esperando. Ele sabe, ele pode prever. Se ele quiser fazer amor, ele pode fazer – a esposa estará disponível. A esposa se torna uma coisa.

A esposa não pode dizer "não, hoje não estou com vontade de fazer amor". Não se supõe que esposas digam tais coisas. Não está com vontade!? Não se supõe que elas tenham vontade. Elas são instituições fixas – institutos. Você pode confiar no instituto; você não pode confiar na vida. Dessa forma, nós transformamos pessoas em coisas.

Olhe para qualquer relacionamento. No começo é um relacionamento de "eu" e "tu", mas, mais cedo ou mais tarde, ele se torna um relacionamento de "eu" e "aquilo". O "tu" desaparece e, então, nós continuamos esperando determinadas coisas. Nós dizemos: "Faça isto!" Você terá de fazê-lo. É uma obrigação; aquilo tem de ser feito mecanicamente. Você não pode dizer "eu não posso fazer isso".

Essa fixidez é o medo da vida.

(Osho)

Parte 1 2 e 3: http://www.palavrasdeosho.com/2011/09/medo-da-vida-parte-4.html

domingo, 25 de setembro de 2011

Pessoas



Quem sou eu? Não me façam essa pergunta, pois nem mesmo eu sei respondê-la. O que quero? Falar de pessoas. Mas não as pessoas de hoje, quero falar das pessoas do futuro. O melhor a fazer para tanto é ir até elas, pois que seja então, vamos ao futuro ver as pessoas...

*
Que dia é hoje? Não sei, e antes que todos digam que não sei de nada vou dizer logo o que sei: estamos na Praça da Sé, em cima do Marco Zero da cidade. Digo ainda mais, são oito horas da manhã e sabem o que eu ouço aqui? Nada! Nenhuma voz, nenhum som, nem mesmo os sinos da catedral soaram hoje. O que há no centro da cidade? Na verdade não há. Não há pessoas na Sé, dá pra acreditar? Pois bem, vou a outro lugar, lá as pessoas devem estar.

Vale do Anhangabaú. Quem nunca aqui esteve já ouviu falar ou já viu reportagens na televisão sobre ele. Aqueles shows populares cheios de pessoas, algumas bêbadas, muitas drogadas, poucas pacíficas, mas todas eram pessoas. Pessoas que estão ausentes hoje. Nada. Nem sequer vestígios da existência delas. Mas os gatos continuam ali, a porta do Museu do Theatro Municipal na Praça Ramos de Azevedo. O mato esta alto, a fonte continua seca, mas a escadaria que leva ao suntuoso teatro não fede, não tem mais aquele cheiro fétido de urina humana que sempre teve.

E agora, para onde eu posso ir e encontrar pessoas? Sim, a Mário de Andrade! Aquela biblioteca sempre me fascinou, seu mezanino em pedras de mármore, as esculturas de importantes escritores da humanidade na Praça Dom José Gaspar e é claro, todos aqueles livros, desde literatura contemporânea a clássicos como Shakespeare e Camões! Vou até lá, mesmo se não houver gente, haverá livros.

Na biblioteca não havia ninguém, nada muito diferente da minha infância, mas deveria haver funcionários lá, nem eles estavam presentes. Não consegui ler, o que fez falta não foi o barulho, mas sim a presença do gênero que escreveu aqueles livros: pessoas.

Me vem a mente um outro lugar, pouco distante, longe de minha personalidade, a Galeria do Rock. Vou até lá, mesmo que as pessoas que lá estiverem não combinem comigo, ainda serão pessoas. Entrei pela rampa do Largo do Paissandu, vi todas as lojas - com os sempre (para mim) inusitados produtos – abertas, e mesmo assim sem vendedores. Subi suas escadas rolantes estreitas, as quais só uma pessoa por vez consegue usar. Mas hoje não há quem suba nela. A visão do largo, do começo da Avenida São João e daquela pequena igreja a qual nunca me lembro o nome já não é a mesma coisa. Por quê? Porque não há pessoas!

Já passa de meio-dia, uma ideia surge do recôndito do meu ser: 25 de março. Não é a data de hoje, é sim meu próximo destino. Passarei pelo Largo de São Bento e visitarei o mosteiro homônimo na esperança de ver algum fiel ajoelhado fazendo sua prece ou algum estrangeiro admirando o interior do templo. Nada novamente. Mas a ladeira Porto Geral há de estar cheia, a 25 como sempre formigará de pessoas procurando algum produto no maior shopping a céu aberto do mundo. Nada de pessoas lá também!

Não me perguntem como, mas até as dez da noite passei pela Bela Vista, Liberdade, Vila Mariana, Santo Amaro, Interlagos, Morumbi, Butantã, Pinheiros, Barra Funda, Freguesia do Ó, Jaraguá, Perus, Tucuruvi, Penha, Itaquera, Tatuapé, Brás, Mooca, Ipiranga e até mesmo Parelheiros, nada, nenhuma viva’lma que me fizesse companhia.

Desisti, voltei ao centro, o dia quase findo, fui para a paisagem que mais me emociona na cidade: o Viaduto do Chá à noite, com aqueles postes antigos e todo o clima do centro noturno da cidade! Já sem esperança alguma vejo surgir, do nada, um aparelho que pairava no ar. O vi cair lentamente, e no exato lugar onde ele surgiu começou a se materializar uma mão, na verdade duas, quando o aparelho chocou-se com o chão já via nitidamente um casal de mãos dadas, quase abraçados, atravessando o viaduto. Uma bela imagem em perspectiva: a cidade, os postes decrescendo em minha visão e um casal interagindo puramente, de pessoa para pessoa.

Peguei o aparelho, vi milhares, não, bilhares de pessoas interagindo lá dentro. No susto deixei-o cair, apavorado com que vi fugi, não sem antes dar uma última olhada no casal que neste momento já estavam no fim do viaduto, ainda abraçados e perceptivelmente olhando para as estrelas, elas que agora me acolherão e servirão de inspiração para o sorriso daquele casal, que no fim de tudo são unicamente PESSOAS.

(06/04/2011 - São Paulo - Potter Ramsés)
http://potterramses.blogspot.com

sábado, 24 de setembro de 2011

Obsevador e Identificado - Osho


Havia uma história antiga: um homem sai da sua cidade, volta e vê que sua casa está pegando fogo. Era uma das casas mais linda da cidade, e o homem amava a casa. Muitas pessoas estava prontas para dar o dobro do preço pela casa, mas ele nunca havia concordado com nenhum preço, e agora ela estava sendo queimada  diante do seus olhos. Milhares de pessoas se reuniram, mas nada pôde ser feito. O fogo se espalhou tanto que, mesmo que ele tentasse apagá-lo, nada seria salvo Por isso, ele ficou muito triste. Seu filho veio correndo e sussurrou algo em seu ouvido: "Não se preocupe. Eu a vendi ontem, e por um preço muito bom, três vezes o que valia. A oferta era tão boa que não pude esperar por você. Perdoa-me". Mas o pai disse: "Ótimo você a vende muito bem!". Então o pai é um observador também, como os outros observadores. Apenas um momento atrás , ele não era um observador, estava identificado. É a mesma casa, o mesmo fogo, tudo é o mesmo; mas agora ele não está preocupado. Ele está desfrutando, assim como todos os outros estão desfrutando. Então o segundo filho vem correndo e diz ao pai: "O que você está fazendo? Você esta rindo e a nossa casa pegando fogo?". O pai disse: "Você não sabe que o seu irmão a vendeu?". O filho responde: "Ele falou sobre vende-la, mas nada havia se estabelecido, e o homem não vai comprá-la agora", e de novo tudo muda. As lágrimas, que haviam desaparecido, voltam aos seus olhos, seus sorriso desapareceu, seu coração está batendo de pressa. O observador se foi, ele está identificado novamente. E então o terceiro filho e diz: "Aquele homem é uma pessoa de palavra. Estive com ele agora e ele disse: 'Não importa se a casa está queimada ou não. Ela é minha, e vou pagar o preço que estabeleci. Nem eu nem você sabíamos que a casa pegaria fogo'".

(Osho - Religião é diferente de Religiosidade p.153)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Vida é uma Brincadeira



A vida é um jogo, é o que dizem, entretanto, assim como o pega-pega e o esconde-esconde, o brincar de viver tem as suas regras, a tal Lei. Como qualquer brincadeira, a ideia é se divertir, você escolhe um personagem e atua, tem inicio e fim, o abrir e fechar das cortinas, mas com o cuidado de não se confundir com o personagem, e esquecer que você é o ator que esta interpretando, não existe ganhadores nessa brincadeira, então não ao que se preocupar, estamos aqui só para dar uma volta, e no final, como todo jogo quando acaba, temos que colocar as peças e o tabuleiro de volta na caixa, e quem sabe, se preparar para o próximo jogo, a próxima  brincadeira, a aventura seguinte.

(Matuzaleu)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Parte 01





Trechos do livro “O Poder do Silêncio” de Eckhart Tolle.

http://toquenaunidade.com.br


“Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa apenas percebê-lo. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que se pode perceber o silêncio. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano coletivo.”


“Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. Basta abolir suas resistências interiores ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma. ”


“A calma é o lugar onde a criatividade e as soluções dos problemas são encontradas”


“A calma e o silêncio são a própria inteligência. A consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa que é, vem dessa consciência e é sustentada por ela”.


“Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A consciência está olhando para a sua própria criação. A Bíblia diz que Deus criou o mundo e viu que era bom. É isso que você vê quando olha num estado de calma, sem pensar em nada ”.


“Você precisa saber mais coisas do que já sabe? Você acha que o mundo será salvo se tiver mais informações, se os computadores se tornarem mais rápidos ou se forem feitas mais análises intelectuais e científicas? O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria pra viver. A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso mais nada, além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência real que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações”.


“A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionada nos limites os próprios pensamentos. Nunca vai além das idéias estreitas já fabricadas. Nunca vai além do”eu ” condicionado pelo passado.”


“Se você consegue reconhecer, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos; Se você consegue se dar conta dos padrões que se repetem em suas ações mentais e emocionais, é sinal de que a Consciência está emergindo. Ela é o espaço onde o conteúdo da sua vida se desborda”.


“Cada pensamento quer sugar sua completa atenção. Eis um novo exercício para praticar: Não leve seus pensamentos muito a sério”.


“Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços que são os conceitos. A mente pensante é útil e poderosa, mas torna-se muito limitador quando invade completamente sua vida, impedindo você de perceber que a mente é apenas um pequeno aspecto da Consciência que você é realmente.”


“Sempre que você mergulha em pensamentos compulsivos, está impedindo o que existe. Você está se negando a estar onde está: Aqui. Agora”.


“Despertar espiritualmente é despertar do sonho do pensamento. Quando você deixa de acreditar em tudo o que pensa, você sai do pensamento e vê claramente que quem está pensando não é quem você é realmente”.


“Quando a mente fica entediada, quer satisfazer sua fome lendo um livro, assistindo à tevê, navegando na Internet. A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se entediado e ansioso. À medida que você se dá conta dessa sensação, surge um espaço arejado e uma calma em volta da sensação. O tédio, a ansiedade, a raiva, a tristeza e o medo não são seus. Eles são estados da mente. É por isso que vão e voltam. Nada que vai e volta é você”.


“Estou triste. Quem percebe isso? Estou com medo. Quem percebe isso? Você é a pessoa que percebe isso. Você não é os seus sentimentos”.


“No estado de calma e consciência, se você precisar da mente para um fim prático, ela estará presente. Na verdade a mente funciona muito bem quando a inteligência maior e real que é você se expressa através dela, como uma ferramenta.”


“Aprenda a sentir-se à vontade dentro do não-saber. A mente teme o não-saber, mas um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado”.


“A mente está sempre querendo alimentar-se para continuar pensando. Ela procura alimento para sua própria identidade, para seu sentido de ser. É assim que o ego se cria e recria continuamente”.


“Você se dá conta de que esse ego é fugaz e passageiro? Quem percebe isso? É o Eu-Sou. Esse é o seu eu mais profundo, que não tem nada a ver com o passado e o futuro. Quando você se dá conta de que existe uma voz na sua cabeça que pretende ser você e não pára de falar, percebe que você vem se identificando com a corrente do pensamento. Quando percebe a existência dessa voz, você compreende que não é essa voz, mas a pessoa que a percebe. Ter liberdade é saber que você é a consciência por trás dessa voz.”


“Ao concentrar toda sua atenção ao momento presente, uma inteligência muito superior à inteligência da mente autocentrada entra no comando da sua vida. Sua ação presente se torna não só muito mais eficaz, como infinitamente mais satisfatória e gratificante”.


“Ao viver através do ego, você faz do momento presente apenas um meio para atingir um fim. Você vive em função do futuro, mas quando atingem seus objetivos eles não te satisfazem. Ou pelo menos não por muito tempo.”


“Quase todo ego tem o que podemos chamar de “identidade da vítima”. Muitas pessoas se vêem de tal forma como vítimas, que essa imagem se torna o ponto central de seu ego. Mesmo que as mágoas sejam muito “justas”, ao assumir a identidade de vítima, você cria uma prisão cujas grades são feitas de formas obsessivas de pensar. Veja o que você está fazendo com você mesmo, ou melhor: Veja o que sua mente está fazendo com você. Sinta a ligação emocional que você tem com sua história de vítima e perceba sua compulsão de pensar e falar a respeito dela. Ao perceber isso, a transformação e a liberdade virão.”


“Reclamar e reagir são as formas preferidas da mente para fortalecer o ego. O eu autocentrado precisa do conflito para fortalecer sua identidade. Ao lutar contra algo ou alguém, ele demonstra pra si mesmo que “isto sou eu” e “aquilo não sou eu”. É comum que países procurem fortalecer sua sensação de identidade coletiva colocando-se em oposição aos seus inimigos.”


“A inveja é um subproduto do ego que se sente diminuído quando algo de bom acontece com outra pessoa, ou ela possui mais, sabe mais, ou tem mais poder do que ele. A identidade do ego depende da comparação. Ela se agarra a qualquer coisa buscando o “mais”, e quando nada disso funciona, a mente fortalece seu ego considerando-se “mais” injustamente tratada pela vida, “mais” doente ou “mais” infeliz do que os outros.”


“O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer paz, alegria e amor, não consegue suportá-los por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz. Essa infelicidade não vem dos fatos da sua vida, mas do condicionamento da sua mente.”


“A culpa é outra maneira que o ego tem para criar uma identidade, mesmo que essa identidade seja negativa. O que você fez ou deixou de fazer foi uma manifestação da sua inconsciência na época, o que é natural da condição humana. Mas o ego personifica a situação e diz “Eu fiz tal coisa”, e assim cria uma imagem de si mesmo como ruim, falho e insuficiente. As palavras de Cristo: “Perdoai-os, Senhor, pois eles não sabem o que fazem” podem ser usadas em relação a você.”"


“Este exato momento, Agora, é a única coisa no mundo que não dá pra escapar. É o único fator constante na nossa vida. Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?”


“Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário. É reconhecer o que é prioritário. Mais tarde você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no Agora não é dizer: “Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora”. Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, e não seu inimigo. Reconheça-o e respeite-o.”


“Você trata o momento atual como um obstáculo que precisa ser ultrapassado? Você considera mais importante o momento futuro que quer atingir? A maioria das pessoas vive assim. Como o futuro nunca chega, a não ser como presente, essa forma de viver é inútil. Causa uma constante sensação de desconforto, tensão e insatisfação. Não respeita a vida, que é Agora.”


“Sinta a vida em seu corpo. Isso enraíza você no Agora.”


“Quando você diz sim às coisas tal qual como são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria vida. Só então pode se tornar agente de uma mudança positiva no mundo.”


“Quando você passa a dar atenção ao Agora, cria-se um estado de alerta. É como se você acordasse de um sonho, o sonho do pensamento, o sonho do passado e do futuro. É tão claro e tão simples que não sobra lugar para inventar problemas. Só este momento, tal qual como é.”


“A maioria das pessoas confunde o Agora com o que acontece no Agora. Mas o Agora é mais profundo do que o que ocorre nele. É o espaço onde tudo acontece. Não confunda o conteúdo do momento presente com o Agora. O Agora é mais profundo do que qualquer conteúdo que exista nele. O seu ser é muito maior que seus pensamentos.”


“Eu não sou os meus pensamentos. Não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais, nem minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Eu sou o espaço no qual todas as coisas acontecem. Eu sou a Consciência. Sou o Agora. Sou.”


“É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre – certamente isso faz muita diferença na sua vida. Isso tudo tem uma importância relativa na sua vida, mas não absoluta. Existe algo mais importante que todas essas coisas: Encontrar a essência do que você é para além dessa identidade de curta duração, que é uma noção personalizada do “eu”.”


Leia aqui a Parte 02: http://toquenaunidade.com.br/luz-no-caminho/eckhart-tolle-o-poder-do-silencio-parte-02/

Leia aqui a Parte 03: http://toquenaunidade.com.br/luz-no-caminho/eckhart-tolle-o-poder-do-silencio-parte-03/

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Aventuliência



Por: Luanna Ribeiro


Nem com o tempo adquire grandes defesas e as poucas que criei por instinto de sobrevivência são falíveis. Acho que cresci imune a adultices, olhando o mundo quase sem estar dentro dele. Nunca usei óculos cor de rosa para enxergar a vida, mas sempre tive a estranha mania de ver as coisas de um jeito diferente, um tanto dadivoso, um tanto manipulador, sempre gostei de colocar o que é bom na frente, apesar de ser inútil muitas vezes. Coisa de quem sente muito, aliás, coisa de quem sente tudo e torna o resto inexpressivo, codifica apenas o que deixa algum registro, por menor que seja. Pessoas como eu, percebem facilmente que digitais não se apagam das vidas que são tocadas e entendem depressa que tudo é uma questão de toque, ainda que invisível. Nós sabemos que ninguém é capaz de entrar ou sair da vida dos outros sem deixar alguma coisa sua e sem levar alguma coisa que não lhe pertence também.
É invejável a predisposição natural de algumas pessoas para adaptação, tem gente que nasce com uma espécie de sintonizador de fábrica que eu jamais tive, nunca fui adaptável e talvez seja tão inapta para continuidades quanto sou breve para o que não tem raiz, eu sou a que vive por um triz, inquieta e perturbadora, extrema e virada do avesso, do tipo que adora gente e adora estar sozinha ao mesmo tempo, que quer sossego e opta por caminhos turbulentos, sou a que cansa e não sabe amar com fim. Quando estou alegre disparada sou a mais feliz, agora quando a tristeza pega algo morre dentro de mim, sou absorvida e murcho altiva, se não intervir, desfaleço como a flor sem água e luz. Eu apenas paro e quando a gente pára tudo congestiona. Parar é como morrer em silêncio envenenado por si mesmo. Essa é a morte que não mata, mas dói do mesmo jeito, dói como se você tivesse morrendo.
Chega à hora em que você precisa aceitar que as pessoas como são como são e diante disso pouco pode ser feito além de escolhas, certas, difíceis ou nada brilhantes. É como um atalho para passar de nível, com esforço, você deixa de estar feliz para ser feliz, apesar das inúmeras alterações da vida, apesar do que os outros são e do que você é também. Já que de fato a única mudança que esta em suas mãos é a sua própria, então você decide ser a mudança que deseja para o mundo, ainda que não resolva para muitos e só funcione no limite do seu universo particular e se nem isso, paciência. Viver é assim mesmo, coisas ruins acontecem e pronto, coisas boas se não vem por acaso, vem com o tempo e as melhores ouvi dizer por aí que surgem de repente e nem adianta espernear, porque o que tem que ser tem muita força e discutir com Deus é pura perda de tempo.
 Acontece que viver nos obriga estar dentro, ainda que não no centro, senão perdemos o viço, perdemos o foco e nos perdemos. Quem se afasta demais do bulício da vida, senti cada retorno como um renascimento, todas às vezes, inevitavelmente, você precisa reaprender algo de novo, as intempéries misturam-se aos dias bonitos e não é fácil lidar com essa pluralidade de circunstâncias, de sentimentos e de gente. Tomar consciência do que existe enredado em cada canto obscuro da alma é a sobriedade cortante que, no mínimo, provoca arranhões significativos na maturidade e não garante à indulgência de receber serenamente tudo o que a vida oferece. Misturar muito as coisas é um perigo não sinalizado, bebi tantos pensamentos, engoli algumas pessoas e mastiguei várias amarguras, minhas e suas, hoje acordei de ressaca.
 É difícil administrar o que cada um é, o crivo de cada história, isolada ou cruzada em tantas outras, as marcas que trazem de volta o que passou, as inúmeras inquietações de agora e as apreensões do que estar por vir… Todas as abdicações, dúvidas, aceitações, decepções e abandonos que melhoram ou pioram a gente. Não lembrar pode ser providencial, alguns não recebem essa benção, a de esquecer e lembram de tudo, não esquecem nada. Conviver com todas as lembranças sem o benefício do perdão pode ser mortificante.  Tenho pena de quem pensa que perdoar é esquecer, perdoar é irrefutavelmente um gesto de amor que pode ou não recuperar o estilhaçamento da confiança.
Bem aventurada resiliência, é muita escatologia para pouco saneamento, as vigas são de aço, mas o que é de carne vez ou outra sangra mesmo, não tem jeito. E ainda falta tijolo, ainda falta cimento, ainda falta crescer e ainda falta ser gente. E muito embora poucos vejam, todos carregam o peso do que abre passagem para a mudança em dizeres permanentes “EM CONSTRUÇÃO”. E assim eu sigo, construindo, destruindo, reconstruindo ou simplesmente indo, já que para sorte de todos, cada dia é um novo recomeço. Então, seja o que Deus quiser, seja o que cada um puder, se cada um quiser e também fizer. É preciso querer para viver, é preciso ousar ser quem é. Há dias que sinto o cheiro de Deus bem perto, é quando não vejo, mas sei que Ele esta presente e esse é o meu adiante mais crente, valente e de frente.
(texto original em http://sandracajado.com.br)

domingo, 18 de setembro de 2011

Quem corrompe? Trabalhador corrompe? Professor corrompe?



Ao leitor

Esse artigo do Laerte diz o que venho repetindo à exaustão, nas calçadas, praças, bares, conversas por aí. Vivemos num regime empresarial travestido de democracia. E fomos levados a acreditar em mentiras e a ver o mundo de maneira totalmente distorcida. Os que se angustiam se vêem num labirinto sem saídas, os que se revoltam encontram as dispersões calculadas para os revoltados, um mercado de revoltados, com produtos e comportamentos que expressem sua inconformação sem ameaçar o sistema, ao contrário, colaborando com ele, como consumidor e como colaborador na montagem do cenário de democracia, que precisa ser constantemente retocado, modificado, reestruturado, para permanecer como ilusão e conter explosões. Qualquer descontrole nessa área, as forças de segurança já estão treinadas e preparadas para a contenção. Desapartadas do sentimento de sociedade, de pertencimento à coletividade, essas pessoas não se constrangem em atacar, agredir homens, mulheres, velhos, crianças, sem perceberem o lado humano vergonhoso de tal atitude que, se os que cometem vissem, em situação de calma, ficariam no mínimo constrangidos, envergonhados pela evidente covardia. Uma força armada, treinada pra luta, pro massacre, atacando populações que não reagem e nem teriam condições de reagir à altura. E nos poucos casos de reação popular, como os recentes, no Juramento, na Mangueira,... dão as sérias conseqüências, revanche com gases, crianças, velhos, crianças passam mal, mulheres grávidas, feridos, presos. Nenhum bandido, além de alguns policiais que se aproveitam da farda e da ideologia do seu treinamento pra extravasar desvios pessoais - sem perigo de sofrer conseqüências, quando contra negros e pobres.


Penso que ver o mundo como ele é, ou procurar fazer isso, é o primeiro passo no processo de mudança consciente da realidade que nos cerca, da sociedade em que vivemos, esquecidos da coletividade que somos e de nosso compromisso, intrínseco à vida, em solidariedade e sentimento, uns com os outros e todos com o equilíbrio e a harmonia entre todos. Sem nenhuma exceção, esse é o nosso compromisso, consciente ou não. E nesse caminho avançamos, como o tempo, como a evolução de todas as coisas que conhecemos e, imagino, de pelo menos muitas das que não conhecemos. 


O domínio e a pesada influência das grandes empresas nas decisões e mais, na existência dos poderes públicos, com o apoio decisivo da mídia privada dominante, já se mostra a muitos olhos. Ainda poucos dentro do todo, mas isso se propaga como fogo. Resta escapar dos extintores do sistema, até que o incêndio seja tamanho que não se possa mais controlar, pois incendiará até os extintores.


Cabe perceber, porém, que a maior parte da força opressora, controladora, do poder econômico reside em nosso consentimento coletivo, assimilando, mesmo a partir do inconsciente, os valores impostos, induzidos, criados, apregoados pela mídia, pela publicidade e com a distorção das informações pelo jornalismo das grandes empresas. Vemos o mundo como uma arena, cheia de inimigos a vencer, obstáculos a superar, um "inferno" no caminho de um "paraíso" reservado a poucos. Todos adversários de todos, riqueza como objetivo de vida, posses como certificado de valor pessoal, conhecimento como fator de superioridade, e não de responsabilidade. O egoísmo foi entronizado e nós aderimos, mais ou menos escancaradamente. Assim sustentamos o sistema.


"A massa sustenta a marca; a marca sustenta a mídia; e a mídia controla a massa."
 George Orwell


Abraços a todos,
Eduardo Marinho.
(http://observareabsorver.blogspot.com)




Quem corrompe? Trabalhador corrompe? Professor corrompe?


Por : Laerte Braga
Há dias o País tem assistido a um esforço desesperado de velhos golpistas (torturadores, estupradores, assassinos de 1964), aliados a grandes empresários, banqueiros e latifundiários, para mobilizar os brasileiros contra a corrupção.

Tentam convocar uma nova marcha da família com Deus pela liberdade arvorados em uma condição de salvadores da pátria, do mesmo jeito que fizeram em 1964 sob o comando do embaixador Lincoln Gordon dos EUA e do general Vernon Walthers, ex-diretor da CIA (o governo dos EUA, em 1964 designou um comandante militar para as forças golpistas que entre outras coisas era amigo pessoal de Castelo Branco e falava português).

Apoiados pela grande mídia, a mídia privada, GLOBO à frente, tecem as mentiras de sempre, criam as ilusões que sempre criaram e tentam reduzir a corrupção a deputados, governadores, senadores, prefeitos, até presidente da República.

Dilma repete o malabarismo de Lula, uma no cravo outra na ferradura. O diapasão desse concerto petista é a bolsa família e 45% das receitas orçamentárias para pagar juros da dívida junto a bancos privados.

A diferença entre Dilma e Lula é que a presidente não consegue se equilibrar sobre o fio tênue do “capitalismo a brasileira” que o ex-presidente inventou. É menor que o cargo e ainda carrega consigo alma de tecnocrata. Ou seja, o que vale são os números não o ser humano. Na cabeça dessa gente numa tragédia, digamos assim, se a primeira impressão é que morreram dez quando poderiam ter morrido vinte, houve lucro, deixaram de morrer outros dez. Enxergam o mundo desse jeito.

No sete de setembro a GLOBO editou as matérias sobre o Grito dos Excluídos e a marcha das elites paulistas que tentam espalhar pelo Brasil, jogando tudo no ar como se fosse protesto contra a corrupção. Canalhice bem ao estilo da rede.

Nasceu com a ditadura, apoiou a ditadura e é instrumento de interesses estrangeiros, de banqueiros, grandes empresários e latifundiários.

Trabalhador e professor, por exemplo, não corrompem ninguém. São ludibriados por políticos corrompidos por banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Veja o caso de Minas. Quando governador do estado o ex-presidente Itamar Franco anulou um acordo feito pelo seu antecessor, Eduardo Azeredo – corrupto de carteirinha – que entregava a CEMIG a grupos estrangeiros. Aécio, agora, no final de seu governo refez o acordo e entregou a CEMIG.

A mídia disse alguma coisa? Nada. Está no bolso. É venal. E o povo, o trabalhador, os professores mineiros nas mãos de uma aberração política o tal Antônio Anastasia, valet de chambre de toda essa gente, está como? Mas Aécio comprou um apartamento de um milhão de reais no Rio de Janeiro.
Segundo outra aberração, Cid Gomes, “professor tem que dar aula por amor, se acha o salários baixo que procure outra profissão”. Sogra não. O dito leva para Paris em vôo pago pelos cofres públicos.

O esquema de financiamento de campanhas políticas no Brasil permite que empresas, bancos e latifundiários comprem lotes de candidatos em todos os partidos com representação na Câmara ou no Senado através de doações. Tornam-se proprietários lato senso desses deputados, senadores, de governadores, prefeitos, vereadores, atingem o Judiciário e permeiam o Executivo.

Mas e daí?

O xis da questão não está em reformas políticas ou outras, na tentativa de construir painéis coloridos de ilusão e manter uma realidade podre como querem os que se voltam apenas contra os políticos no caso da corrupção.

E quem corrompe? Para que exista um corrupto é necessário que exista um corruptor.
A corrupção está intrinsecamente ligada ao modelo político e econômico vigente. A reforma política tira José Sarney de cena e coloca na cadeia? Não. Sarney serviu a ditadura militar com subserviência e de quatro durante todo o período do regime, da mesma forma que descaradamente emergiu – com a morte de Tancredo – como guia e condutor do processo de reconstrução democrática.

E o povo? A participação popular? Não tivemos uma assembléia nacional constituinte, mas um congresso constituinte e tutelado pelos militares que, entre outras coisas, não permitiram, como tem criado toda a sorte de obstáculos para que sejam revelados os documentos que mostrem a covardia diária dos golpistas/torturadores enquanto durou o regime.

Na passeata contra a corrupção em São Paulo estava um desses generais, eram visíveis bandeiras dos Estados Unidos.

Não foi por outra razão que o pensador e parlamentar inglês Samuel Johnson afirmou que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

O que querem? Mudar os políticos? É só olhar os antigos colaboradores do regime militar, vivos e fortes aí, exercendo mandatos e se afirmando democratas.

O que essa gente pretende é simples. Antônio Ermírio de Moraes compra dez tênis adidas a vista produzidos com trabalho escravo em países asiáticos, inclusive a China e o trabalhador compra um pagando em dez prestações para se sentir num dado momento como Ermírio de Moraes, na ilusão que vivemos numa democracia. O espetáculo, a “sociedade do espetáculo”.

Ermírio de Moraes está destruindo o Espírito Santo – o meio ambiente – com suas empresas, o tal progresso, adoecendo um povo, com aplausos de um ex-governador corrupto e assassino, Paulo Hartung, que de fato continua no covil do governo (chamam de palácio), onde um contínuo chamado Renato Casagrande faz de conta que governa.

Por trás da tal campanha existe a sórdida mentira capitalista, pela simples razão que os corruptos são corrompidos por eles. Não querem pagar impostos, não querem conquistas e direitos dos trabalhadores, não querem que o progresso seja algo comum a todos e sim privilégio deles. Querem professor dando aula por amor.

Quando se concede benefícios fiscais e tributários a uma grande empresa o custo dessa concessão é pago pelos trabalhadores, pelos pequenos empresários, pelo dinheiro que falta na saúde, na educação. É o caso da COCA COLA que financia parte dessa campanha. Ocupa terras públicas, através de uma empresa chamada CUTRALE, vende a idéia de progresso, geração de empregos, compra deputados, senadores, juízes, etc para manter as terras que repito são públicas e imputa-se a culpa aos trabalhadores rurais sem terra, aos pequenos produtores rurais.

E infestam a mesa do brasileiro de veneno como mostra um excelente documentário do notável Sílvio Tendler sobre agrotóxicos e coisas que tais. O veneno que comemos todos os dias produzido pelos compradores de deputados, senadores. juízes e que agora protestam contra a corrupção, biombo para disfarçar seus verdadeiros interesses.

Se fosse para valer não haveria um banqueiro solto. Estariam todos presos. Nem um grande empresário, ou latifundiário que até hoje se vale de trabalho escravo.
Por mais irônico que possa parecer, ou trágico, os que protestam contra a corrupção e tentam transformar a corrupção em único mal do Brasil são os que corrompem.  E a meia dúzia de inocentes a acreditar nesse tipo de marginal.

O institucional está falido. O modelo está corrompido por essa gente. O palco da luta é outro, é dos trabalhadores e é nas ruas contra a farsa de campanhas como essa.
São velhos gatunos tentando fazer ressurgir o golpismo que é parte da genética desse tipo de gente.
Deputados, senadores e juízes corruptos, governadores, são apenas figuras execráveis e compradas que carregam em seus balaios.

Trabalhador não corrompe ninguém. Professor, que é trabalhador, não corrompe ninguém.
Quem corrompe são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
É simples entender isso. A corrupção é parte inseparável do modelo político e econômico que temos.
Jogar por terra toda essa estrutura podre e construir um Brasil livre e soberano, sem essa gente, aí sim, essa é a luta real dos brasileiros.
Não há corrupto sem corruptor.

E por longo que fique, uma breve e real historinha. Nos idos de 2002 a GLOBO estava enfrentando sérias dificuldades de caixa. A GLOBOPAR estava levando o dinheiro da empresa. Tentaram 250 milhões de dólares junto a FHC e como o ex-presidente estivesse demorando muito a liberar o dinheiro, lançaram, inventaram, a candidatura Roseana Sarney à presidência. Chamaram o IBOPE e suas pesquisas prontas para atender o interesse do cliente, levaram Roseana às alturas e aí FHC chamou a turma na conversa.

O capital da GLOBOPAR era o seguinte – 90% da GLOBO, 5% do BNDES e 5% da MICROSOFT.

Convocaram uma assembléia geral para aumento de capital de um jeito que esse aumento implicasse nos 250 milhões de dólares e aprovação da emenda constitucional que passava a permitir a presença de capital estrangeiro no setor de telecomunicações. A GLOBO não entrou com sua parte, lógico, estava inclusive ameaçada de falência, havia credores externos apertando os Marinhos, a MICROSOFT que já sabia da mutreta correu fora e o BNDES entrou com a sua parte, dinheiro dos brasileiros. O Congresso aprovou a emenda, o grupo MURDOCH comprou parte da GLOBOPAR. Na semana seguinte a Polícia Federal de FHC estourou o escritório do marido de Roseana achando um milhão de reais ilegais doados para a campanha. Tudo pronto, ficou acertado o apoio da rede a candidatura de Serra. O furo foi exclusivo da GLOBO.

E a GLOBO está na campanha contra a corrupção. Dá para entender os verdadeiros motivos desses bandidos?

A luta é outra. É contra bandidos compradores e comprados. Se bobear essa gente revoga a Lei Áurea e amplia os limites da escravidão contra todos os trabalhadores. Na prática, vão fazendo isso nessa mistura de populismo com capitalismo e campanhas imorais e amorais como essa. Jogo de cena de bandidos para vender imagem de santos.



laertehfbraga@gmail.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Por Que?


Por que?

Sim, por que?

Essa deve ser a frase mais importante do mundo, a palavra mais usada no dia a dia, a oração antes de dormir.

Por que?

Oras, porque temos que questionar sempre, questionar ate conseguir a resposta, e tudo, eu digo tudo, tem resposta, algumas fáceis de achar, outras um tanto difíceis e demoradas,  mas tudo começa com a pergunta.

Não aceite respostas alheias, vá você mesmo atrás da resposta, não aceite a opinião de nenhuma autoridade, Pais, Professores, Padres, Pastores, Políticos, entre outros que tentam controlar você, e impor suas verdades, crie você a sua própria verdade.

Por que o mundo é como é? Por que as crianças estão morrendo de fome, se tem comida sendo jogada no lixo as toneladas? Por que temos que trabalhar em um emprego desumano, se as máquinas poderiam fazer tudo pra nós sem cobrar férias ou décimo terceiro? Por que vivemos em países com fronteiras, se somos todos humanos, todos semelhantes?

Entrementes quero ser mais profundo, além de questionar o mundo ao seu redor, o que é mais importante para você questionar é você mesmo, sempre si questione, si inquira, não aceite nada que sua mente te propor, por que a mente é a que mais mente, não acredite no que ela fala, sempre si pergunte o "por que", se a sua mente não souber responder, então não aja, por isso que existe o ditado de pensar duas vezes antes de agir. Você tem que ter controle total da sua vida, por que é a única coisa que você pode ter controle.

Quando o medo de algo surge, analise ele, observe ele, converse com ele, tente ver se ele tem realmente razão de temer, ou mais, veja se o medo irá te impedir de agir, não deixe ele te dominar, questione ele, se ele não tiver lógica não há o que recear, então siga em frente mesmo com a dúvida. Não tem problema em errar, mas tem problema em não tentar.

Questione a si mesmo, a cada passo que der, a cada pensamento que surge, pratique essa conversa com você mesmo, isso irá despertar uma mente mais consciente, um raciocínio mais lógico, baseado na razão e na justiça.

Escute a Voz da Consciência, ela te guiará por este mundo, e por esta vida finita.

Lembre-se.

Por que?

(Matuzaleu)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Se você tivesse um ano de vida?


Certa vez um garoto com seus vinte e poucos anos, resolveu se suicidar, cansado da sua vida, sem vontade nenhuma de viver, porque quando ele olhava ao seu redor via que todos outros eram infelizes, que todos tinham que estudar, casar, trabalhar e morrer. Ele perguntava se era somente aquilo que a vida tinha a oferecer. Por qual razão ele tinha que competir com seus semelhantes, pra que ele tinha que seguir cegamente tradições criadas por pessoas que não existiam mais, por que ele tinha que trabalhar e ajudar uma sociedade doentia que só cobra e não oferece nada.

Então foi assim que ele decidiu, trancou sua super faculdade, demitiu-se da empresa multitransnacional, deixou um bilhete em casa dizendo que nunca mais ia voltar. Pegou todo o dinheiro que tinha colocou numa conta e caculou que iria durar mais ou menos um ano, então em um ano ele iria tirar a própria vida, mas antes disso ele iria viajar, comprou uma bicicleta e caiu na estrada.

Seu plano foi parar de cidade em cidade, conhecer novas culturas, tomar banho em rios e cachoeiras, conhecer o litoral e as serras, e a cada cidade que ele parava fazia amizade, por não temer o que os outros iriam pensar dele, ele era sempre sorridente e sincero e com isso ele conseguia um teto pra dormir e uma comida caseira tipica da região, quando percebia que as pessoas se acostumava com ele, com medo de se apegar e interferir no seu plano ele partia pra próxima cidade, pra próxima aventura, sempre sorrindo, sempre confiante, com nada a temer. E continuou assim por anos, e esquecendo do plano inicial. Por que agora ele vivia, e quando olhava pro seu passado era como se tivesse vendo outra vida, outro mundo, porque agora o mundo era totalmente diferente para ele,  não tinha cobranças sem sentidos, não tinha a pressa de viver a vida curta. Ele não era mais uma engrenagem da maquina chamada sistema, agora ele era uma gota do oceano chamado Vida.

E foi assim que ele suicidou-se, e agora ele realmente vive.

(Matuzaleu)

[texto resumido]







sábado, 10 de setembro de 2011

O Paradoxo do Nosso Tempo






Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.


Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.


Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.


Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.


Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.


Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.


Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.


Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.


Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.


Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".


Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.


Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.


Este texto é atribuído a George Carlin (1937-2008), humorista, ator e diretor norteamericano. Independente de quem seja o autor, o texto relata muito bem o tipo de vida que existe atualmente, pelo menos nas grandes cidades, fruto da falta de consciência das pessoas.


Vamos torcer para que agora, com a entrada no novo ciclo, a humanidade comece a ser mais consciente com relação a si própria, ao meio ambiente, às relações de trabalho, à economia, enfim que seja mais consciente de que todos nós estamos interligados e dependemos uns dos outros.


Menos agressividade, menos consumo menos pressa, mais tolerância, mais espiritualidade e mais harmonia. Concordam?



(post compartilhado do blog da Atena  http://expandiraconsciencia.blogspot.com )



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Náufrago e Deus




Após um naufrágio o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroços, e ficar boiando. Este único sobrevivente foi parar em uma ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação. E ele agradeceu novamente.

Com dificuldade, pegou os restos dos destroços e conseguiu montar um abrigo que pudesse protegê-lo do sol, da chuva, dos animais e guardar seus poucos pertences. Como sempre agradeceu a Deus.

Nos dias seguintes, a cada alimento que conseguia caçar ele agradecia. No entanto, um dia quando voltava para casa, encontrou o abrigo em chamas, envolto em nuvem de fumaça. Desesperado ele se revoltou e gritou chorando:

- O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus por que fizeste isso comigo?

Chorou tanto que adormeceu de canseira.

No dia seguinte, bem cedinho, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.

- Viemos resgatá-lo, disseram...

- Como souberam que eu estava aqui? - perguntou o náufrago.

- Nós vimos o seu sinal de fumaça...


(Autor Desconhecido)

-

"Deus sabe sempre o que , tá fazendo , mesmo sabendo disso eu sofro , vai vendo." (Criolo Doido)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Silêncio e o Reino dos Céus


No silêncio mora o Reino dos Céus, o Monte Sião, a terra prometida, entrementes o silêncio não é ausência de ruído, por que a partir do que estamos vivos, o mundo exterior sempre vai esta fazendo algum tipo de ruido, os carros na rua, o vizinho gritando, o vento batendo nas folhas, os grilos e as cigarras cantando, e dentro do mundo interior a mente faz o papel de ruído ela nunca para de falar, tagarela como ela é.

Então como alcançar este tal de silêncio, não a necessidade, ele não é algo que se busca, ele sempre está ai, ele é o pano de fundo de tudo, ele é o presente, ele é o agora, o aqui-agora, basta observar. Quando prestamos atenção nele, não significa que os ruídos irão parar, mas algo magico acontece, a mente começa a falar menos, e os olhos começam a ver o mundo diferente, na verdade o mundo começa a finalmente a ser visto como ele é. E quando vivemos no silêncio descobrimos o paraíso eterno. Sem esforço algum. No silêncio a intuição tem lugar e dela vem um poder criativo que só experimentando dará para entender.

Dar atenção ao silêncio é viver em estado meditativo, não que você ira ficar parado fazendo nada esperando que o algo surreal aconteça, por que estando vivo sem razão alguma já é surreal o bastante. Então eu convido a prestar atenção no silêncio, veja o aqui-agora sem nenhum julgamento, sem tentar da nome as coisas ao seu redor, por que a partir do momento que começa a nomear, você não esta mais prestando atenção no silêncio, no agora. Prestar atenção no silêncio é prestar atenção no todo ao redor, em todos os ruídos, não se identificar com nenhum ruído especifico, vê os ruídos como observador e não como observado.

No silêncio olhe em volta e veja o Reino dos Céus.

(Matuzaleu)


terça-feira, 6 de setembro de 2011

O luxo como “pequeneza”



A situação de pobreza sempre me intrigou, a miséria me chocava e eu não entendia. Sentia um certo constrangimento inexplicável do meu “falar correto”, das minhas roupas de marca, às vezes do meu tamanho, dos meus dentes impecavelmente tratados. Não que desejasse abrir mão da minha situação. Mas por quê a maioria das pessoas não tinha? Era uma sutil sensação de injustiça sem me sentir claramente culpado, apenas constrangido com o que pareciam privilégios nesses momentos, mas que tinham se incorporado em mim como o mínimo necessário.
            Não podia achar aquilo natural e inevitável, como me diziam e se acreditava à minha volta. Na verdade, fugia-se do assunto. Eu fui muitas vezes considerado um chato, fui evitado por vários grupos na adolescência, às vezes francamente hostilizado – não gostavam de mim. Tinha minhas boas relações, mas eram poucas e quase todas... como direi... bilaterais. Não fazia parte de grupos. Fora os esportes coletivos, claro. Aprendi aos poucos a ficar mais calado e prestar mais atenção – virtude que perdi de vista ao entrar na universidade e até hoje, vez por outra e apesar da vivência, me faz falta. Algumas vezes, consigo me controlar, mas nem sempre.
            Quando andei no nível da mendicância e vivi do que me era dado, encontrei gente boa e ruim em todas as classes, indiferentes e curiosos de todos os tipos. Mas era nítida a diferença de acolhimento entre os mais pobres dos pobres. Ali se dividem migalhas, com uma generosidade ímpar, quando se divide. A generosidade dos ricos, no mais das vezes, é à distância. Partilhei refeições feitas em latas de óleo sobre fogueiras, dormi sobre capim improvisado no cantinho da tapera, pendurado em rede, em caibros ou árvores, fui hospedado em palafitas sobre mangues, onde o banheiro é servido de um buraco no chão, pedaços de jornal enfiados num prego na parede de tábua e a gente escuta o barulho da merda caindo na água, lá embaixo.
            Boa recepção por parte dos que dispunham de sobras me deixavam reconhecido, agradecido, mas a recepção dos mais pobres me comovia. Tão pouco tinham, tão fácil dividiam... O dia seguinte pertencia a Deus e a luta era todo dia, sem feriado. Também senti a fome, vivi sem abrigo, como um aluno, atento, aprendendo, pesquisando à minha maneira, ouvindo as histórias, falando meu pensamento, reparando nas reações, na linguagem, absorvendo os códigos, percebendo os conhecimentos, as intuições e relações. Criei um grande carinho pelos sabotados, pelas pessoas em situação de fragilidade, uma ligação talvez moral, certamente afetiva, junto com a sensação de injustiça permanente, pedindo trabalho de reparação na estrutura social – a partir das raízes individuais internas para as externas, coletivas. Nasceu uma grande admiração pela resistência ao sofrimento, pela luta de sobrevivência, pelos saberes e sabedorias desenvolvidos quase por conta própria. Eu os sinto parte de mim, do meu grupo, merecedores de mais cuidados, pelos maltratos cotidianos impostos por essa estrutura social perversa.
            Certamente é por isso que me causa certo desconforto a presença, a proximidade ou a simples visão de luxo e ostentação. Uma espécie de constrangimento. Traz à lembrança a situação injusta, precária e abandonada em que vivem tantas pessoas, por um Estado que foi infiltrado, dominado por grandes empresas - as poucas pessoas mais ricas - e impedido de cumprir as leis mais básicas da sua própria constituição, na garantia de condições mínimas de vida com dignidade para sua população. O domínio das elites tornou o Estado criminoso, nos seus três pretensos poderes, e o colocou a seu serviço, eliminando direitos e roubando patrimônios públicos – o que é público é tratado como privado. Tenho verdadeira repulsa por privilégios, luxos e ostentações, embora não transfira essa repulsa às pessoas, apenas aos seus comportamentos e à sua indiferença. Meu desconforto é moral, causado pela situação, pela ligação direta da riqueza, da ostentação e do luxo com a criação da miséria absoluta, da sabotagem na educação, na informação, nos serviços públicos, com a falta de sentido na vida das pessoas – da miséria à pobreza e às classes intermediárias.
            Estes são meus sentimentos, meus pensamentos e minha visão de mundo. Não pretendo declarar verdades, nem tenho a expectativa de encontrá-los em outras pessoas. Se me desse ao trabalho e à arrogância de condenar comportamentos e valores dos quais discordo, viveria em conflitos pessoais inúteis, alimentaria sentimentos desagradáveis e nocivos – e não teria tempo nem espírito pra fazer os trabalhos que gosto e dão sentido à minha vida.
            Não recomendo nem pretendo voltar à situação de miséria onde, na verdade, nunca me senti. Eu pesquisava, aprendia, observava e absorvia o máximo possível. Desenvolvi afeto e solidariedade com aquelas pessoas em situação injusta. Não posso gostar ou desejar luxos, excessos, ostentações e desperdícios. Na minha visão, são expressões de grosseria moral e espiritual, de insensibilidade, de egoísmo, indiferença, enfim, de desumanidade, disfarçada com requintes de sofisticação. Para olhos mais solidários, de quem se sente parte do grande grupo humano ou além, da coletividade planetária, tais finuras e sofisticações são apenas uma capa frágil da sua real situação moral, de um ridículo inevitável e notória nocividade para a sociedade como um todo. Não se trata de condenar ninguém, mas de perceber com olhos próprios e refletir sobre o que se vê. E como e em nome de quê se vive.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tao 21 22 23


21

A norma suprema para conduzir
Está em ser conduzido pelo Poder Supremo.
Como atua o Poder Supremo?
Ninguém o sabe!
De um modo incognoscível e incompreensível,
Desentranha ele as forças espirituais,
Mobiliza as energias formativas,
Incompreensível e insondavelmente.
O Poder Supremo traz em si
Os germes embrionários da evolução.
Dos germes brotam as facticidades,
Porque eles mesmos nasceram da Suprema Realidade.
Os germes manifestando sua potencialidade,
São a origem de todas as atualidades.
Donde eu sei isto?
Sei isto por eles mesmos.

22

O que é imperfeito será perfeito;
O que é curvo será reto;
O que é vazio será cheio;
Onde há falta haverá abundância;
Onde há plenitude haverá vacuidade.
Quando algo se dissolve, algo nasce.
Assim, o sábio,
Encerrando em si a alma do Uno,
Se torna modelo do Universo.
Não dá importância a si mesmo,
E será considerado importante.
Não se interessa por si mesmo,
E será venerado por todos.
Nada quer para si,
E prospera em tudo.
Não pensa em si,
E é superior a tudo.
E, por não ter desejos,
É invulnerável.
Por isto, há muita verdade
No velho ditado:
Quem se amolda é forte
É esta a meta suprema
Da vida humana.

23

Quem pouco fala encontra atitude certa
Em todos os acontecimentos.
Não desespera quando rugem tufões,
Porque sabe que não tardam a passar;
Sabe que uma chuva não dura o dia todo,
É produzido pelo céu e pela terra.
Se tudo é tão inconstante,
Como não seria o homem?
Por isto o que importa
É a atitude interna,
Isto é: adaptar-se em silêncio
A todos os acontecimentos.
Quem, no seu agir, é determinado
Por seu próprio ego
Identifica-se com o ego.
Quem identifica o seu agir com coisa qualquer
É identificado com esta coisa.
Quem sintoniza com a alma do Infinito
Assemelha-se em tudo ao Infinito.
E quem assim se harmoniza com o Infinito
Recebe os benefícios do Infinito.
Tanta confiança recebe cada um,
Quanta confiança ele der.
(Lao-Tsé)

Explicação filosófica (Huberto Rohden):

21
  Aqui desce o autor à mais profunda metafísica de todas as coisas físicas. Essa metafísica da potencialidade não é objeto de provas empírico-analíticas - é o "postulado" de Descartes; é a "evidencia" de Einstein; é o "Pai" do Cristo. Essa certeza pré-analítica não é o resultado de provas intelectuais, mas é a intuição, a silenciosa voz que nasce de uma profunda e diuturna auscultação cósmica, como a conhecia os grandes iniciados: Moisés, Elias, Jesus, Paulo de Tarso, Francisco de Assim, Mahatma Ghandi e certamente o próprio Lao-Tsé. A última e decisiva é fruto de um grande silêncio-presença, de uma profunda vacuidade-plenitude.

22
  Essas palavras são quase uma paráfrase da sabedoria de Paulo de Tarso: "A fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens: a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens...quando sou fraco, então sou forte...Eu morro todos os dias, e é por isso que eu vivo"
  Corresponde, também, às palavras do Nazareno: "Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida, por minha causa, ganhá-la-á".
  É o princípio da homeopatia cósmica: quanto menor é a quantidade, tanto maios é a qualidade.
  É a alma da Cosmoterapia.

23
Aqui é enunciado o antiquíssimo princípio hermético: o homem só pode receber algo na medida que ele dá. O receber na vertical é diretamente proporcional ao dar na horizontal. A receptividade é proporcional à datividade. O segredo de enriquecer não está no receber, mas sim no dar. As águas da Fonte Cósmica só enchem os canais humanos à medida que estes se esvaziarem.

sábado, 3 de setembro de 2011

Osho - A grande aventura da vida


[Imagem+por+Mykl+Roventine+em+Flickr+Creative+Commons+-+Palavras+de+Osho.jpg]


Quando se volta para dentro de si, você não deixa pegadas que possam ser seguidas por alguém.

Isso é impossível, já que o território interior de cada pessoa é tão diferente que nem as pegadas de Buda o ajudariam a seguir - se você seguir as pegadas de Buda literalmente, nunca encontrará a si mesmo.

O mapa de Jesus não vai ajudá-lo. Você não pode segui-lo literalmente. Ele pode ajudar você de maneira indireta; pode conscientizá-lo de certas coisas interiores, mas num sentido muito vago; pode lhe dar a confiança de que: "Sim, sem dúvida há um mundo interior, porque tanta gente não pode estar mentindo. Buda, Jesus, Zaratustra, Lao Tsé, Mahavira, Krishna, Maomé - esses indivíduos tão belos não podem estar mentindo. Não podem fazer parte de uma conspiração. Para quê? Eles nunca coexistiram - viveram em épocas diferentes, em países diferentes - e, no entanto, todos falam a mesma língua... "

Mas você não pode segui-los de maneira precisa, porque o território interior de Buda é diferente. Cada indivíduo é único, tanto que você têm de se descobrir sozinho - e para isso é preciso grande coragem.

Essa é a grande aventura da vida, e quem prossegue nessa aventura é abençoado.

Osho, em "Meditações Para A Noite"
Imagem por Mykl Roventine

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Personare - A Linguagem das Coincidências






Uma imagem, uma palavra, um número que aparece para você repetidamente em um mesmo dia. Numa conversa sem importância, alguém desconhecido lhe traz a informações que você estava tanto buscando. Você se faz uma pergunta e, no instante seguinte, toca uma música que parece lhe responder.
Diversas situações em nossas vidas trazem interessantes coincidências que nos ajudam de alguma maneira. Elas podem nos auxiliar a tomar decisões, enxergar padrões e crenças negativas. Mas como isso acontece?
Tudo em nosso universo é formado por energia. A matéria física, os pensamentos, os sentimentos, a eletricidade, os microorganismos, o calor. Absolutamente tudo é energia, em diferentes estados vibracionais. Sendo assim, tudo representa uma gotinha do oceano de energia. Uma gota individual, ainda assim é parte do oceano, ligada e mesclada a todas as outras gotas que também dele fazem parte, assim como as células que formam nosso corpo.
Estamos todos interligados nesse oceano de energia, mas não estamos acostumados com a sua "linguagem". Através da natureza, de acontecimentos, de situações, de pessoas, ou seja, através de tudo que faz parte do universo essa linguagem se manifesta. Aquilo que consideramos aleatório representa nossa incompreensão diante dessa linguagem tão ampla. Ao estar mais atento à sua vida, a essas coincidências e sinais, é possivel utilizar esses conhecimentos para viver de maneira mais leve, fluida e harmoniosa. O universo sinaliza de diversas maneiras o fluxo de nossa vida. Alguns sinais são mais visíveis e perceptíveis, outros mais sutis e mais difíceis de serem captados.
O céu "fala" quando vai chover mostrando-se mais escuro. O mar "comunica" ao surfista experiente através das ondas, ventos e correntes. Apenas olhando para o mar ele é capaz de coletar uma série de informações, enquanto aqueles que não conhecem sua linguagem não conseguem perceber. Nossa vida também nos dá diversas dicas sobre tendências, questões, lições, e até mesmo presentes de encorajamento.
Quando nosso corpo tem febre sabemos que há algum distúrbio, como alguma invasão por bactérias, vírus, alguma inflamação em nosso corpo. Esse sinal é bem nítido e perceptível. Outras vezes, em uma fração de segundos, temos um leve mal estar, em uma intuição para não sair de casa, ao qual não damos atenção e ao chegar na esquina acontece um acidente. Esse sinal pode ser tão sutil que não damos atenção, e muitas vezes nem percebemos ou lembramos que ele existiu.
Como compreeender, então, o significado por trás dessas coincidências? Saber interpretá-las depende do exercício de nossa percepção para isso. Você vai usar mais a sua habilidade de sentir do que a de pensar. É preciso deixar o significado vir de dentro de você através do sentir. Por isso é preciso acalmar os pensamentos para que possamos identificar esses sentimentos.
O primeiro passo é estar aberto aos sinais, utilizando sua intenção. Isso não significa ficar buscando significado em absolutamente tudo que acontece, mas estar aberto para perceber as coincidências. O segundo passo é criar as condições para alcançar o significado dessas situações, treinando sua percepção. Uma boa maneira de permitir que essa linguagem se torne mais clara é meditar. Existem muitas maneiras de se meditar. Uma delas é focar sua atenção em sua respiração. Colocando-se em um local tranquilo e que não seja incomodado, respire sem força, apenas sentindo e observando o ritmo natural de sua respiração, relaxando. Caso não se sinta bem com essa meditação, busque outros tipos até encontrar aquele com o qual mais se identifique. O importante é desenvolver essa capacidade de perceber e interpretar a linguagem do universo e da vida. Com prática e treino teremos em mãos mais um recurso para a nossa saúde, bem-viver e harmonia!
CECI AKAMATSU

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...