quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tao 69


Quem quer ganhar seu inimigo,
Em terra hostil.
Não se arvore em dono de casa,
Mas porte-se como hóspede
Em casa alheia;
Prefira sempre recuar um metro
A avançar um centímetro.
Assim ele progride sem marchar.
Assim pode reprimir sem ameaçar.
Assim pode avançar sem lutar
Assim pode tomar posse,
Sem usar armas,
Não há mal maior
Do que desprezar o inimigo;
Quem menospreza o inimigo
Perde os seus tesouros
Se dois exércitos forem iguais,
Quem vence é o mais sensato.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Manifesto do Ocupa Sampa



MANIFESTO

Vinte e sete anos após o histórico Comício pelas Diretas, o Anhangabaú é palco de manifestações por democracia. Passadas duas décadas da chamada "Redemocratização", é hora de questionarmos se vivemos, de fato, em um país democrático. A cada dia fica mais claro que o poder econômico tomou o controle de todo o processo político, de modo que, diferentemente do que diz a Constituição, não somos tratados como iguais.

Os políticos em Brasília têm poder de decidir por eles mesmos qual será o salário deles e também o salário do trabalhador comum. Basta olhar a diferença absurda entre o contracheque deles e os nossos para ver que eles representam apenas os seus próprios interesses e os do pequeno grupo de privilegiados que concentra a maior parte da riqueza de nosso país.
Eles decidem quanto cobrarão de tributos e também como nosso dinheiro será gasto; eles decidem destruir as florestas e rios sem consultar a vontade das populações indígenas, nem a dos contribuintes que arcarão com os custos da construção da Usina de Belo Monte; eles gerem o transporte público, mas chegam para "trabalhar" de helicóptero; constantemente, policiais (agentes do Estado) extrapolam suas atribuições agindo com violência desmedida contra moradores de rua e da periferia bem como contra manifestantes pacíficos. E pior, fazem isso dizendo estar agindo em nosso nome. Esses e outros exemplos demonstram que ELES NÃO NOS REPRESENTAM.

O movimento popular plural e independente #AcampaSampa propõe democracia direta (real, verdadeira, que esteja presente no nosso dia-a-dia). Defendemos o direito a voz para todos nos debates e queremos mudança completa do sistema politico e exigimos o direito de participar na construção do nosso Brasil. Chega de decisões unilaterais concentradas nas mãos dos mais ricos dentre os ricos.

AQUI VOCÊ TEM VOZ (como todos os outros)

No acampamento que se instalou sob o Viaduto do Chá desde o último dia 15 de Outubro todas as decisões são tomadas por consenso. Isso significa que as pessoas presentes têm direito a voz para expor suas propostas, críticas, sugestões, problemas e temas apresentados. Não importa sua idade, grau de instrução formal, sexo, raça, nem quanto dinheiro você tem (ou deve) no banco.

Convidamos você a se juntar ao movimento. A sua presença é muito importante. Venha participar das assembleias consensuais, decidindo junto o futuro do movimento e do Brasil. Caso não possa permanecer acampado, leve a discussão para todos os cantos da cidade e do país; pela internet, fazendo sua arte, na conversa com os amigos, como você quiser. Ocupemos as ruas e lembremos a essa cidade que ela tem VIDA.



Vamos recuperar nossos sonhos e o direito de decidir os nossos destinos do nosso país e do mundo.



Não Violência, Consenso e Autonomia de Estado, Governos, empresas e partidos.

(Estamos de baixo do Viaduto do Chá , no Vale do Anhangabaú)

domingo, 23 de outubro de 2011

A revolução é agora, se não qual hora?


Estamos vivendo a revolução, não podemos perde o foco, é tempo de mudanças, e ela é lenta, e isso pode levar desanimo, já que a necessidade de mudar é imediata, mas como estamos no começo, a paciência é necessária, temos que subir degrau por degrau, sem pular fases, mesmo que a primeira vista pareça que estamos parado, fazendo algo em vão, mas como diz a teoria do caos, "uma bater de asas de uma borboleta, pode gerar um tornado no outro lado do mundo", não importa o tamanho da nossa atitude, o importante é agir, fazer sua parte.

Quem não ajuda mudar, esta ajudando a manter.

(Matuzaleu)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Somos 99%


"Estamos vivendo uma época de efervescência de atos políticos e manifestações de contestação que poderiam nos levar a uma libertação. Em contraponto a isso, temos também incutidos nesses movimentos sentimentos patrióticos. Críticas ao sistema alienante e explorador que nos controla são feitas pelas mesmas bocas que gritam:'sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor'. Como ser um ativista pela libertação dos povos afirmando as fronteiras entre os estados? Como ser autônomo e lutar pela liberdade se assumimos a identidade baseada em fronteiras abstratas que ao invés de nos unir, nos separam em nacionalidades? libertação não é sinônimo de liberdade de consumo e sim de viver, de pensar, de questionar e principlamente se locomover independente das divisões entre as terras." (Homem em Movimento)

Se exitem opressores, existirão os oprimidos, enquanto houver opressão, haverá resistência, entretanto um dos problemas que enfrentamos nessa revolução atual, é a perca de foco sobre o opressor, por causa que os oprimidos ficam se queixando entre eles mesmo, quem é o mais oprimido, varias bandeiras de oprimidos querendo ver quem é a "melhor", que sofre mais opressão, a galera da floresta, a turma dos animais, os camaradas comuna e anarco, os a favor do amor maior, os da sociedade alternativa... e é isso que gera a segregação dos oprimidos, temos que fazer diferente nessa revolução, a união dos 99% dos oprimidos é necessário para que a mudança ocorra. Deixar de usar o consenso de todos e começar a se basear na razão, de que o nosso problema não é a gente ser oprimido, e sim o opressor, os 1%.

É ele que nos oprimi, ou somos nós que nos deixamos oprimir?

Temos que ter em mente que essa revolução não haverá nenhum Che Guevara, todos os 99% tem que fazer a sua parte, agir consciente, com a mente que o propósito e para o bem de todos os seres humanos, em prol de um planeta saudável.

(Matuzaleu)

sábado, 15 de outubro de 2011

A Revolução dos Indignados


"Esta aspiração à liberdade ilimitada, se não for combinada com o amor pelos homens e com o desejo de que todos os demais tenham igual liberdade, pode chegar a criar rebeldes, que, se tiverem força suficiente, se transformarão rapidamente em exploradores e tiranos." (Errico Malatesta)
"A verdadeira revolução não é revolução violenta, mas a que se realiza pelo cultivo da integração e da inteligência de entes humanos, os quais, pela influência de suas vidas, promoverão gradualmente radicais transformações na sociedade"(J. Krishnamurti) 

Dia 15 de Outubro, algo nunca registrado na história da humanidade, pessoas de todas as cidades em volta do mundo saindo para as ruas, lutado pela mesma causa: Liberdade e Igualdade, para todos os seres. Da primavera árabe a spanish revolution, da wall strett a paulista, do japão ao chile, de ponta a ponta em todas as latitudes e longitude. Todos juntos querendo o mesmo ideal.

O mundo irá escutar o grito dos indignados, dos oprimidos, da grande massa, é chegada a hora, não podemos mas ficar parado nessa situação comoda, esperando que algum presidente ou governante resolva nossos problemas, que algum messias ressuscite, ou que o mundo acabe ano que vem. Não. Apenas o povo unido conseguirá mudar esse cenário.

Um novo mundo desponta no horizonte, e tudo depende da união de toda a família humana, ela precisa relembrar que é uma só, uma grande família e que somos todos irmãos de planeta, e que não podemos mais ter fronteiras nacionais, classe sociais, pessoas desempregadas, crianças morrendo de fome, guerras sem sentidos, preconceitos e racismo. Basta!

Juntos vencemos, separados perecemos.

São Paulo, Estação São Bento, 15 de Outubro, 10h, Democracia Real Já


(Matuzaleu)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Thich Nhat Hanh - O Suco de Maça




Por Thich Nhat Hanh

Hoje três crianças, duas meninas e um menino, vieram da aldeia para jogar com Thanh Thuy. Os quatro foram para a ladeira atrás de nossa casa, brincaram uma hora e voltaram para pedir algo para beber. Eu peguei a última garrafa de suco de maçã caseiro e dei a cada um copo cheio, servindo Thuy por último. Considerando que o suco dela era do fundo da garrafa, tinha alguma polpa. Quando ela notou as partículas, fez beicinho e recusou a beber. Assim as quatro crianças voltaram para as brincadeiras na ladeira, e Thuy não bebeu nada.

Meia hora depois, enquanto eu estava meditando em meu quarto, eu a ouvi chamando. Thuy quis um copo de água fria, mas mesmo na ponta dos pés ela não podia alcançar a torneira. Eu a lembrei do copo de suco na mesa e lhe pedi que bebesse aquele primeiro. Virando o olhar, ela viu que a polpa tinha assentado e o suco parecia claro e delicioso. Ela foi para a mesa e pegou o copo com ambas as mãos. Depois de beber a metade, ela colocou o copo sobre a mesa e perguntou, “Este é um copo diferente, Tio Monge?” (um termo comum que as crianças vietnamitas usam ao se dirigir a um monge mais velho.) “Não”, eu respondi. “É o mesmo que antes”. Ele sentou quietamente um pouquinho, “e agora está claro e delicioso.” Thuy olhou novamente para o copo. “Realmente é bom. Ele estava meditando como você, Tio Monge? ” Eu ri e bati levemente na cabeça dela. “Digamos que eu imito o suco de maçã quando eu sento; isso é mais próximo da verdade.”

Todas as noites na hora de dormir de Thuy, eu medito. Eu a deixo dormir no mesmo quarto, próximo de onde estou sentando. Nós concordamos que enquanto eu estiver sentando, ela irá para cama sem falar. Naquela atmosfera calma, o sono vem facilmente para ela dentro de 5 ou 10 minutos. Quando eu termino de sentar, eu a cubro com uma manta.

Thanh Thuy é filha das “pessoas de barco.” Ela não tem ainda 4 anos e meio. Cruzou os mares com o seu pai e chegou da Malásia em abril do ano passado. A mãe dela ficou no Vietnã. Quando o pai chegou aqui na França, deixou Thuy conosco durante vários meses enquanto foi para Paris procurar um trabalho. Eu lhe ensinei o alfabeto vietnamita e algumas baladas populares de nosso país. Ela é muito inteligente, e depois de duas semanas já soletra e lê lentamente “O Reino dos Bobos”, de Leo Tolstoy que eu traduzi do francês para o vietnamita.

Toda noite Thanh Thuy me vê sentar. Eu lhe falei que eu estou “sentando em meditação” sem explicar o que significa ou por que faço isto. Todas as noites quando ela me vê lavar minha face, vestir meus roupões, e acender um incenso para fazer o quarto ter uma boa fragrância, ela sabe que logo eu começarei a “meditar.” Ela também sabe que está na hora dela escovar os dentes, mudar os pijamas, e ir quietamente para cama. Eu nunca tive que a lembrar.

Sem dúvida, Thuy pensou que o suco de maçã estava sentando por um tempo para se clarear como o seu Tio Monge. “Ele estava meditando como você?” Eu penso que Thanh Thuy, apesar de não ter 4 anos e meio, entende o significado de meditação sem qualquer explicação. O suco de maçã ficou claro depois de descansar por algum tempo. Da mesma maneira, se nós descansarmos por algum tempo em meditação, também ficaremos claros. Esta claridade nos refresca e nos dá força e serenidade. Como nós nos sentimos refrescados, nossos ambientes também serão refrescados. Crianças gostam de estar perto de nós, não apenas para ganharem doces e ouvir histórias. Elas gostam de estar perto de nós porque podem sentir este “frescor.”

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Alienação


"A massa sustenta a marca, a marca sustenta a mídia, a mídia controla a massa." (George Orwell)

"Nosso maior inimigo somos nós mesmos
Reféns de nossa própria ignorância (ignorância da própria)
Orgulho, às vezes o que o espelho mostra é duro de ver
Admitir que o que tu critica é bem parecido com você" (BNegão)



Não há nada de errado em alienar os outros, o problema está em se deixar alienar. Por que as pessoas se deixam alienar? Simples. Para fazerem parte do grupo, por que se elas não usarem a mesma roupa do grupo, não assistirem o mesmo canal que eles e nem curti os mesmo links no facebook, elas estarão excluída do grupo, do meio que a cerca, e como sabemos o homem não consegue viver sozinho, ele é um ser social.

Sempre teve alienações, a história humana é cheia delas, as tradições e a cultura são as mais antigas, todo grupo que existe esta tentando te alienar de algum modo, a igreja te aliena, o estado te aliena, a televisão te aliena, sua família te aliena,  pode se dizer que o trabalho aqui no Mutamos é um modo de alienar. Qual é o trabalho do alienador? Ele cria um grupo e faz parecer que somente nesse grupo terá a segurança, a união e a justiça, que fora dele você estará correndo perigo, já que o grupo dele é melhor que os outros. O alienador também cria as regras do grupo, dizendo o que é certo e errado, como se deve viver, o que se deve vestir, etc. Depois o alienador começa fazer comparações com os outros alienadores, e ai começa a guerra, o combate, nação contra nação, cristão contra muçulmano, facebook contra orkut, uma discriminação sem fim, para ver quem consegue alienar mais. 

Quando o alienado consegue se liberta da alienação,"sistema", ele acaba caindo em outra forma de alienação, "comunista", "anarquista", "espiritualista", "zeitgeistista", pensando que assim ele poderá derrubar quem o estava alienando, e assim em vez de ser um alienado ele começa alienar os outros e tornamos o que antes criticava. O problema está em querer colocar o que é certo e o que é errado, fazendo parecer que um grupo é melhor que o outro, e isso gera um sentimento de superioridade, entretanto, como pode ter alguém superior que o outro, se somos todos semelhantes, levando em conta que somos todos seres humanos.

Por isso existe a regrinha do Mahatma Ghandi: "Seja você a mudança que deseja ver no mundo", não se preocupe com a alienação alheia, sempre fique de olhe na sua própria.

Nós somos o alienador e o alienado.

(Matuzaleu)

domingo, 2 de outubro de 2011

Ria com tio Osho


Voltando para casa mais cedo do trabalho, um homem encontrou sua esposa nua na cama, respirando profundamente, e visivelmente aflita. "Qual é o problema, querida?", ele pergunta. "Eu...eu...eu não sei", ela murmura. "Acho que talvez esteja tendo um ataque do coração." O marido se apavorou e correu para baixo para chamar o médico. Ele estava discando o número quando sua filha entrou correndo e gritou: "Papai, papai, há um homem nu no guarda-roupa!". O marido perturbado, largou o telefone, subiu as escadas correndo, abriu a porta do gurda-roupa e encontrou seu melhor amigo ali dentro. "pelo amor de Deus, Ed", o homem gritou, "minha esposa está no quarto tendo um ataque do coração e você se movendo sorrateiramente, pelado, por aí, assustando as crianças!"

(Osho)
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