quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Marcos Keld - Ninguém Evolui Através do Medo


Veja que é antinatural qualquer estrutura que fragmente o grande fluxo da vida. E sendo antinatural, não pode haver a unidade, não pode haver a volta ao Uno. E nada é mais distorcido que o medo. Sua essência é a própria poluição da naturalidade da existência.

Logo, a evolução não se dá através de uma distorção, não se dá através do medo. Sendo a evolução o expandir da matéria a fim de que ela se una com a própria Divindade, nada que contraia pode conter ou dar ignição a essa evolução.

O medo é um agente da contração. Então, quem alimenta ou espalha o medo não apenas está estagnado, como também está ajudando a estagnação das pessoas ao redor. É um atentado contra a própria vida.

Perceba que não há evolução através do medo, e isso ocorre nas duas vias, no sentido de quem o propaga e no sentido de quem o alimenta. Se há um mito moderno sobre evolução, é justamente a ideia de que a pressa e o medo podem auxiliar num possível abrir de olhos. Mais que um mito, é pura ignorância.

Se a raiz de um processo está corrompida, todo o processo também o estará. Deste modo, a própria ideia de que há evolução através do medo só pode existir em uma mente poluída e preenchida pelo mesmo sentimento. Aqui então está o equívoco de um pseudoconsciente, cuja ignorância, no sentido de desconhecimento, induz ao pequeno eu a falsa impressão de evolução.

A proposta para que isso possa ser revertido é o reconhecimento não apenas do erro, mas também da própria ignorância. Todavia, isso não é possível de acontecer a menos que haja um Impacto. Em não havendo a faísca causadora de uma mudança de visão, difícil será para que a pessoa egóica/ególatra reconheça sua total estagnação.

Pois a raiz fundamental de uma evolução consciente está justamente na purificação dos sentimentos. Logo, o amor é a base de qualquer processo evolutivo.

Mesmo não havendo total conhecimento de que sua presença está dentro de você, se neste instante o seu caminho é mais harmônico que outrora, significa que em breve você terá essa noção e perceberá o amor fluindo através do seu Ser.

Mas note que ao conhecer um sacerdote do medo, alguém que se apraz, mesmo que inconscientemente, em propagar o medo, você não deve tentar mudá-lo por caminhos diretos. Devido à complexidade em que se encontra a mente deste alguém, o mais sábio será manter-se neutro e possivelmente distante.

Quem vive pelo medo só tem olhos para o medo. Uma mudança de olhos se dará apenas quando o objeto que dá início ao processo se desfizer. Logo, o tempo é o único caminho para que o agente do medo se dê conta de sua total inconsciência. Pois isso, invariavelmente, é inerente apenas a ele.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Jorge Antonio Oro - Vontades e desejos - Nossos filhos invisíveis



Vontades e desejos – Nossos filhos invisíveis

Oduvaldo Gama Oliveira, comentou".. falamos de Vontade e de Desejo. Como diferenciar um do outro?Como saber se o que "queremos" está baseado na Vontade ou na Supra Vontade ou trata-se de um Desejo? E como intensificar a nossa força de Vontade ou a nossa Supra Vontade?"

1) Os Pitris Agnisvathas, no início da 3a raça mãe, deram ao Jiva(embrionário) de então, a semente do que viria a ser o sistema cérebro-espinhal (aproximadamente 160 milhões de anos, no período Mesozóico, Jurássico) e polarizaram o Prana, para a divisão dos sexos( por volta de 30 milhões de anos, no período Cenozóico, Oligoceno).

2) Criada assim a constituição do que viria a ser o homem de hoje, foi transportando-se gradativamente a consciência do sistema neuro-vegetativo para o sistema cérebro-espinhal.

3) 7 hierarquias formam o que nós chamamos de ser humano: 3 hierarquias sem forma(que formam o EU superior, o “espírito” de cada um; Atmã, Budhi e Manas superior, ou mente abstrata) e 4 hierarquias com forma(Mente concreta, astral, vital e físico).

4) Estas 3 hierarquias sem forma (arrúpicas, em sânscrito) tem como atributos: Atmã, a Vontade; Budhi, o Amor-Sabedoria, e Manas Superior, a atividade. Estas 3 são chamadas de o Tríplice Atmã.

5) A Vontade, densifica-se e gera o Amor-sabedoria que, densifica-se e gera a Atividade: Isto é a Mônada, isto é o Ego, que evolui através das idades, estando hoje evoluindo nesta hierarquia chamada Jiva, que tem a forma do que chamamos seres humanos.

6) Assim, por Lei, em um ser humano terminado, a atividade deveria guiar-se pela intuição(Manas superior), a paixão-conhecimento deveria guiar-se pelo(ou transformar-se em) Amor-Sabedoria, e os desejos deveriam submeter-se a vontade concreta(a lógica) que, por sua vez, seria uma expressão da vontade superior (Atmã).
Neste ponto, o homem( o Jivatma) já não distingue mais se está no mundo visível ou no invisível, na terra ou no universo

7) O ser humano tem em si, todo o resultado evolucional das etapas anteriores, por onde ele mesmo passou, sendo evolucionalmente (denso) um “filho de si mesmo.

8) Antes de seguir, gostaria de lhe falar: Todo ser humano deveria respeitar os seres invisíveis do vital, astral e da mente concreta (os planos onde hj nós criamos livre e inconscientemente) como o que verdadeiramente são: seus irmãos de evolução, pois é o caminho que todos nós já percorremos, antes de iniciarmos a experiência no mundo físico. Hoje, achamos que podemos criar inocente (ou impunemente) seres nestes planos(emoções, pensamentos, etc) sem saber, que é um “chão” onde já pisamos!

9) Então, o trabalho evolucional é fazer com que os atributos superiores transforme o mais denso, e o mais denso a ser transformado é o conjunto existencial humano, o vital, astral e o mental concreto, que correspondem a 3 reinos elementais básicos que devem adquirir um estado Atmico (ou Satwa) de consciência.

10) Vital: são os instintos.
Astral: emoções, desejos e suas variantes.
Mental concreto: conhecimento
Devemos lembrar que cada um destes planos é um verdadeiro “mundo”, com incontáveis possibilidades de seres, por exemplo indo da erotização mais densa até o amor fraternal, do ódio mais intenso ao amor universal, da mística devocional a iluminação. Tudo aí convive, com suas devidas separações, sempre em escala de Sete.

11) Nestes mundos, obviamente, existem não só as criações humanas.

12) Vejam que, estamos analisando a evolução, a iniciação, “de cima para baixo”, e não o contrário. Assim, o Eu Superior, tem que tomar consciência do mundo denso, e faz isto através da individualidade, o Ahankara, que nos dá a impressão do “eu sou”. Aquilo que nos dá a (falsa) impressão que somos separados dos outros seres humanos.

13) Um conjunto destas Mônadas, sempre em escala de 7, une-se a cada passo em direção ao próprio Logos: esta é a forma da realização do Um no Todo e o Todo no Um.

14) Assim, quando viveremos este estado de ser Um com o Todo? Já vivemos agora, só que quem está perguntando é a mente concreta, e “ela” ainda não tem consciência disto.

15) Assim, de manas superior (intuição) emana(!!) o que chamamos de vontade que, tende a entrelaçar-se com o mais denso.

16) A individualidade, o Ahankara, é na verdade o “Eu”, usando uma roupa que o próprio “eu” preparou ontem (nas vidas anteriores) para usar nesta(vida).
Se nossa roupa está amassada, com algumas manchas, com rasgos, obscura ou se brilha feito o sol, se é leve ou pesada, se é apropriada ou inapropriada para este dia de hoje (esta vida) não importa. Importa é que é o resultado de nossas próprias escolhas e ações (tendências positivas, negativas, Karma, etc).

17) Deste conjunto de possibilidades (a matéria utilizada para engendrar o físico, vital, astral e mente concreta) é que se exteriorizam os gostos, os desejos, as dores, os amores, as expectativas, as lutas do dia a dia, e as vitórias da Lei em cada um de nós.

18) São 3 expressões da vontade(no mundo do Jiva):

a) vontade instintiva: ligada ao instinto do corpo denso, é a energia bruta;
b) auto-vontade: ligada as funções do Ahankara, inerentes a individualidade. Tem que ser controlada para não se transformar em rebeldia, ou egoismo;
c) Supra-Vontade: a vontade que transcendeu ao Ahankara, a individualidade, é a Vontade Atmica, o caminho da consciência.

19) Uma coisa muito importante, é ouvirmos nossa própria voz: se eu digo “ minha ação, minha reação, meu desejo, minha emoção, meu conhecimento”, não nos damos conta, mas quem está falando somos Nós mesmo. Se eu digo o “meu conhecimento”, significa que quem está falando não é o conhecimento. Se eu digo “minha emoção”, idem.
É relevante atentarmos para isto, pois nos coloca acima do instinto, da emoção/desejo, do conhecimento. Ahankara! E é o primeiro passo para a descida da consciência.

20) A Vontade que existe inata em cada ser humano, sabe exatamente o que quer, o que é a Lei, mas no processo de descida, submete-se aos planos aos quais (ainda) não compreende, terminando, por vezes, sequer se manifestando.

21) Lembrem-se:

a) Decisão não é vontade, é uma mecânica de entrelaçamento de fatores;
b) Intuição é em si, o veículo da manifestação da Vontade superior, uma vez que a intuição pura não conhece Adharma, o erro.
c) A vontade é aquilo que faz com que todas nossas ações, pensamento, emoções, sejam de acordo com a Lei.
d) A vontade deve orientar, controlar e sublimar os instintos;
e) A vontade deve orientar, controlar e sublimar a manifestação de toda e qualquer emoção/desejo existente;
f) A vontade deve orientar e controlar a criação de toda e qualquer nova forma astral (desejos, emoções, medos, etc);
g) A vontade deve orientar a expressão do conhecimento;
h) A Vontade deve sobrepor-se a decisões que estejam em desacordo com a Lei;
i) A vontade deve nortear a geração de novos conhecimentos;
j) Desejo não é vontade;
k) Instinto não é vontade;
l) Ações para satisfazer um desejo não são frutos da vontade;
m) A falta de ação, a inércia, é a ausência da Vontade;
n) A vontade de reação, não é vontade, é a ação do desejo de alimentar aquilo que não foi sublimado;
o) A força de vontade é uma expressão para definir um momento de ausência de vontade;
p) Não existe Vontade insuficiente, existe ausência temporária da ação da Vontade;
q) medo é ausência da Vontade, o que permitiu que um desejo de ter medo se alimentasse de vc;
r) Vontade de “tomar água” não é Vontade: é a ação de Tejas em seu organismo, avisando que a temperatura precisa ser equilibrada. Mas o ato de matar a sede implica em Vontade de ir beber água, e vontade para impedir que a sede seja usada pelo desejo de tomar refrigerante, fazendo com que vc o alimente.
s) Vontade de instruir-se é vontade;
t) A falta de vontade de instruir-se, é na verdade a ausência de vontade, abrindo oportunidade para que um desejo se alimente: “depois eu vou ler, agora vou descansar um pouquinho vendo tv!”.
u) A falta de vontade é que gera as ações que depois resultam em arrependimento, autocrítica negativa, etc, etc. Pois se a vontade estivesse em ação, não permitiria que um desejo que lhe é danoso, se satisfizesse,.

22) A forma de despertar de forma permanente a Vontade, é exercitá-la, das coisas mais simples às mais complexas.

a) Exemplo para vontades instintivas: (a hora do almoço): vc está com fome, serve seu prato, senta-se e automaticamente começar a se alimentar. Não! Sirva seu prato, sente-se e eduque inclusive a vontade instintiva(que é lícita, baseada na necessidade orgânica de alimento). Olhe sua comida, sinta vontade, mas aguarde alguns instantes, tendo consciência que está dominando a vontade(e necessidade) de comer. Depois, diga: Agora eu vou comer.

b) Exemplo para desejo (a geladeira): vc está assistindo tv, e vê a publicidade daquela cerveja (ou qquer outra coisa) e isto desperta em vc o desejo de beber (ou comer). Vai na geladeira e, ao abrir a porta, todos os desejos acordam, pois sabem que ali dentro, tem “vida”, alimento par “todo mundo, todos os desejos”.
O que fazer: vá para a geladeira para pegar cerveja (e, óbvio, salgadinho, pickles, ou fazer uma pipoca para combinar). Ao abrir, olhe para tudo o que tem dentro, sinta todos os desejos em ebulição, pois estão prestes a serem alimentados, tenha ciência do que acontece, e faça o inesperado: Não! Estou com vontade, mas não agora. Volte para a tv, e mais tarde, vc pode até ir tomar a tal cerveja (com pipoca ou o que queira). Mas antes, vc vai dizer para o seu desejo: agora eu vou, mas se me incomodar muito, eu volto!!!

c) Exemplo para a inércia passiva: vc está jogadão no sofá, só vendo as unhas crescerem, sem fazer nada, exercendo seu direito de ser uma árvore (com todo respeito ao reino vegetal)! Os argumentos para permanecer assim são muitos, e se vc tem o impulso (que não é vontade) de ir fazer alguma coisa, vem sempre uma justificativa ou argumento: está cedo, está tarde, depois eu faço, estou cansado, etc. Então vc fica “sapeando” pelos canais de tv. Não! Levante-se e vá fazer qquer coisa, ler, andar, pensar, só para mostrar aos responsáveis pela “sindrome da árvore” que vc manda;

23) Poderíamos falar de centenas de exemplos, medo, crítica, apatia, dúvida etc.
Poderíamos usar um dicionário, pois para cada palavra, existe uma criatura associada, que se alimenta quando acontece, e que precisa ser sublimada.

24) E a única forma de sublimação, é pelo exercício da Vontade, lembrando que a Vontade deve ser sempre posta em Atividade, com Amor e Sabedoria, pois assim, vc exercerá o papel de “pai-mãe” consciente para com seus filhos invisíveis.
Eles, todos (os seus desejos instintos, conhecimento) não pediram para serem gerados e foi vc mesmo que os gerou em Adharma, e o que todo ser existente em Adharma deseja, é estar em Dharma.

25) A diferença do mundo invisível para o visível, é que no invisível, ninguém consegue “doar” seus filhos para adoção, e tampouco a morte física nos liberta de educá-los.

26) Lembre que estes mundos(planos) no qual vc está criando, já foram seu “lar”.

27) Sempre os elementos que vão levar a uma ação externa (ou pensamento) são colhidos e levados para a mente concreta, que vai discernir sobre sua execução ou não, vencendo a lógica ou os desejos. Se a mente concreta estiver permeada da mente abstrata, intuição, qualquer ação será resultado da ação concomitante da vontade.

28) Temos que entender que, agir permanentemente com Vontade em nós mesmos, é agir no próprio universo.

29)Ao sublimar um instinto, um desejo, transformar conhecimento em sabedoria, estamos simplesmente agindo em um mundo, dando consciência a estes seres, da mesma forma que, em um momento evolucional, seres mais antigos que nós (os Agnisvathas, por exemplo) também interferiram.

30) Lembrem-se que, nestes mundos, nestes planos, não existe nenhuma emoção, pensamento, desejo, medo, instinto, conhecimento desentrelaçado.
Estão todos interligados por esta razão, quando vc resolve o seu, resolveu uma parte de toda a humanidade.

Há muito, muito a saber sobre isto, mas faz parte do caminho de cada um.

Fraterno abraço e cuidem fraternal e conscientemente de seus filhos(invisíveis).

(Jorge Antonio Oro)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A fé e o sistema monetário



Não é de hoje que a fé religiosa divide o mundo, tanto ideológica como geograficamente.  Desde que as igrejas começaram a surgir como poderosas instituições e se embrenharam nos dizeres do Estado, muitas guerras e divisões de territórios tiveram motivos religiosos e isso dura até hoje, talvez com menos força na maioria dos lugares (especialmente onde a igreja católica tinha o domínio), mas muito presente ainda em outras partes do globo.
Me arrisco a dizer, no entanto, que existe um outro tipo de fé que não distingue geografia, raça, cor ou credo e que de certa forma unifica a todos nós – mas não no sentido positivo do conceito de unificação. E essa é a fé no sistema monetário, ou seja em tudo aquilo que tem a ver com o fluxo de dinheiro em nossa sociedade.
Antes de prosseguir, gostaria apenas esclarecer o significado da palavra  para que ninguém ache que exista algum sentido espiritual ou metafísico na reflexão a seguir.
Do Wikipedia:
 (do Latim fides, fidelidade e do Grego pistia[1] ) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão.
Com o exposto acima estabelecido, podemos começar a refletir sobre nossa relação com o sistema monetário, e perceber que é uma relação baseada na mais completa ignorância e confiança, o que poderia ser traduzido em fé cega.
O dinheiro é uma parte importantíssima de nossas vidas. Passamos boa parte de nosso tempo nos preocupando com ele: como conseguir ganhar mais, como gastar o que tenho da melhor maneira possível, quanto devo gastar com minha saúde, quanto gastar com minha moradia, será que não paguei muito caro naquela camiseta?
Praticamente todos os aspectos de nossa vida em sociedade estão atrelados direta ou indiretamente ao fluxo de dinheiro. E mesmo assim, ninguém entende direito o que é esse negócio chamado “dinheiro”. Por que ele existe? Como ele é criado? De onde vem? Para onde vai? Dinheiro tem fim?
A ignorância em respeito ao nosso sistema monetário (ou seja, baseado em moeda – dinheiro) tem a ver com a extrema (e intencional?) complexidade desse sistema e o baixíssimo nível de instrução da grande maioria da população planetária. Mesmo se quiséssemos, seria virtualmente impossível explicar a todos como funciona o sistema monetário de maneira que todos o entendessem completamente. E isso é muito cômodo para os que estão em posição privilegiada de acesso à recurso e informações, pois a vantagem em obter mais e mais dinheiro é evidente.
Por isso gosto de comparar a relação das pessoas em relação ao sistema monetário com a fé, ou seja a confiança completa de que esse sistema é sólido, é correto e faz sentido. Ninguém sabe como funciona, mas sabe que “está lá, em algum lugar” e “tem pessoas trabalhando para mantê-lo funcionando”.
Podemos afirmar que, de fato, ele existe (ou seja, “está lá”), mas basta olhar com um pouco mais de cuidado para perceber que ele está longe de ser ideal, sólido, correto, ou fazer sentido. E isso – ou seja, olhar com mais cuidado – ninguém faz. Ninguém questiona. Ninguém para e se pergunta: “como o dinheiro é criado?”, “O que acontece quando deposito meu dinheiro no banco?”. Será que as pessoas sabem que o dinheiro é criado a partir da dívida e que essa dívida cresce mais rapidamente que o dinheiro disponível para pagá-la devido aos juros?
Podemos até fazer comparações na relação das pessoas com o sistema monetário e as religiões. Apesar de não tão bem definida como a religião, que herdou sua hierarquia das instituições militares, existe uma estrutura vertical de poder no sistema monetário. Acreditamos no que dizem os ministros, presidentes de bancos centrais, FMI e afins, da mesma forma que fiéis absorvem ensinamentos dos sacerdotes. Se ele falou, deve estar certo. Para explicar a crise, aparece um sem-número de economistas, cada um com uma explicação, que na opinião dele é a melhor de todas. Alguns entendem metade do que dizem, outros não entendem nada mas acham (e fingem) que entendem e a grande maioria sequer se importa em ouvir pois já sabe que ele vai falar grego (ou latim – como nas primeiras missas, onde ninguém entendia mesmo!).
Os bancos são como templos. Depositamos lá nosso dinheiro sem ter a mínima ideia do que é feito com ele. Confiamos todo o produto de nosso trabalho à essas instituições, que estão entre as mais poderosas do planeta, ignorando totalmente que ao entrar lá, nosso dinheiro é usado para que o banco crie mais dívidas e produza mais dinheiro (e lucro) para si. Isso eles não mostram nas propagandas com famílias felizes. Todo início de mês é como uma data religiosa e vemos a procissão de assalariados e pensionistas enfrentando filas para retirar seu dinheiro e pagar suas contas.
As crises vem e vão, países quebram, dívidas externas levam nações inteiras a falência e a grande massa sempre (com a ajuda de nossos analistas-sacerdotes, sempre com respostas na ponta da língua) segue acreditando que existem causas políticas, ou “naturais” do mercado para isso. Acreditar (ou ser levado a crer) que existam tais “fenômenos naturais” do capitalismo não é muito diferente que associar uma chuva ou um trovão à fúria de um deus do Olimpo.
A ciência foi capaz, após duras penas, de por um fim nesse tipo de ignorância. O problema é que o sistema financeiro e o capitalismo estão longe de serem sistemas criados com base no método científico e é por isso que precisam da “confiança” e da fé para se sustentar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bnegão - Nova Visão



Uma nova revelação, você sempre soube mas ainda não tinha compreendido
Uma nova humanização, a nova geração, passando de mono pra estéreo, em vários tons, é sério, é sério
O microfone, meu megafone, tome emprestado um pouco da minha energia, tem sobrando pra todos os lados
Força importante, uma força a mais pra aturar a pressão que tenta esmagar sua mente contra a parede chapiscada da ilusão
Enxergando a realidade por de trás, depois da curva
Apesar da visão turva e obscura da humanidade em geral
Miopia espiritual, pegou um, pegou geral
Dignidade, simplicidade, infelizmente se tornaram artigos de luxo na atualidade
Falta de vontade, disparidade entre discurso e atitude são maiores pilares dessa situação
Escalafobética, patética, na qual nos metemos, pela qual vivemos e morremos
Algumas vezes mais, pra aprender, reconhecer a todos como irmãos, uns mais evoluídos, outros não… mas todos com sua missão
(Refrão)
UMA NOVA VISÃO, É(3X)
O microfone, meu megafone, passando de mono pra estéreo a sua compreensão
Na real, discutir sobre o fim da violência é quase que total perda de tempo, paleativo, nem o sujeito mais socialmente ativo irá conseguir mudanças minimamente palpáveis
Praticamente apenas praticará o esporte mais popular da humanidade, jogar palavras ao léu, jogar palavras ao vento
Nada muda, enquanto não mudarem os valores na raiz de todos, eu disse todos, exploradores e explorados, violentadores e violentados, tudo é meio a meio, tudo caminha lado-a-lado
Não sei se me entende, mas o que eu digo o que a maioria, que ficasse nesse lugar faria o mesmo, quando tem uma oportunidade ou faz mesmo
Mesmo que em escala menor, microcosmo, macrocosmo, porém a intenção que movimenta a ação é sempre a mesma
Cadeia alimentar, lei da selva, o mais forte destroça, atropela, passa por cima do mais fraco
Consumismo, super valorização da matéria: o lado espiritual, ou seja, o real, ficou na miséria, a mesma que domina e povoa o planeta terra por sinal
Competição a todo custo, vitória a qualquer custo, estilo de vida fatal, que resultou nesse fiasco, nesse insulto que é hoje a humanidade, esse fracasso
"Faça o que eu falo, não faça o que eu faço"
Eu digo, isso pra mim é o primeiro passo pro que, em bom português, se chama hipocrisia, como é no alto clero, como é em Brasília
B black bota o dedo na ferida, antes de querer que a humanidade mude, que tal mudar um pouco nosso próprio ponto de vista?
REFRÃO
Paciência sem subserviência é a combinação mais poderosa desse mundo: somos realmente uma coisa só
O efeito bumerangue taí, provando, levando e trazendo o que há de melhor e pior
Plantamos e colhemos em outros cantos e aqui mesmo, portanto não seja dissimulado, você sabe o que está acontecendo
No centro de tudo, no centro da questão tá a preguiça, a falta de disposição pra mudar
Várias preguiças somadas e o mundo sente o efeito, mentalidade falida, morta viva, não tem jeito
Eu tô dizendo: é preciso quebrar as regras daqui, seguir as regras de lá, com confiança, sangue frio, sem se apavorar
Cada um no seu tempo, cada qual no seu caminho, estradas separadas seguindo pro mesmo objetivo. Destino ou não
Pelo menos no momento, uns mais rápidos, outros lentos, porém no subconsciente todos atentos
Formigamento ao ouvir o chamado, eu não invento nada, só transmito os recados, os fragmentos
Fábio, meu irmão, seguimos na missão, a cabeça erguida e no peito a batida que for, meu coração é exclusivo só do meu senhor
Estilo libertário, vivo nesse mundo mas não sou presidiário da matéria
Procuro me desvincular cada vez mais, desapegar, usar somente o necessário pra passar
Pois quando menos se espera, lá vem mais uma despedida do planeta terra…
REFRÃO.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criolo - Tô pra ver



Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nois assim... somos forte
Tô com a favela eu tô forte...
Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nois assim... somos forte
Tô com a favela eu tô forte...
Tô pra ver um daqui pedir toalha, água
não resistir a essa batalha
Do rap não sou uma estrela, eu sou uma arma
que cospe a verdade, que pega e fala
é do perrio, desespero, descabelo e da desgraça
que nutri o ódio e prolifera em toda a massa
o gosto amargo, discado que se passa
é trabalhar sem ter se envolver vira fumaça
do que esconderam debaixo do tapete,
saciar meu povo, que tá com sede de verdade
Sim, aqui se pode, correr atraz
trairas não podem conquistar o que teriam de graça
de que adianta ter respeito nas festa
se moral na quebrada, sua carapuça caiu
ai coisa feia... é óleo de peroba nessa cara de madeira
em toda quebrada tem (tem) você sabe bem (bem)
o que ele quer é te derrubar owoh, mas não vão conseguir
porque:
Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nois assim... somos forte
Tô com a favela eu tô forte...
Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nois assim... somos forte
Tô com a favela eu tô forte...
ensinamentos dessa caminhada
o sol que te aquece de graça
o artesão que a madeira talha
agulha no palheiro, um dia agente acha
o tempo passa devagar se a vida tá sem graça
é rocambole sem recheio, tonel sem cachaça
beijo sem língua, são paulo é uma farsa
contra o desarmamento, ação desesperada
não investiram na educação... agora paga
é preto e branco, um vazo no martelo
uma flor sem cor, um sorriso amarela
entra ano e sai ano e o povo na miséria
se o meu negócio é cantar... cantaremos cinderela
eu quero aprender, eu quero saber,
eu quero passar pra depois desenvolver,
eu quero comer, eu quero beber,
saneamento básico cacete, isso é o mínino...
dignidade do poeta que vai se diluindo,
eu numa luta coverde vou seguindo, tossindo
o que mais me incomoda é essa pobreza de espírito
o que mais te incomoda é que eu sou feliz fazendo isso
desistir, nunca, não sou covarde,
queira ou não rap é uma realidade
desistir, nunca, o povo, não é covarde
queira ou não rap é uma realidade de luta...
luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta,
luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta...
Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nois assim... somos forte
Tô com a favela eu tô forte...
(Criolo Doido)

domingo, 20 de novembro de 2011

Diálogos de Krishnamurti



Pergunta: Você foi anunciado pela Sociedade Teosófica como sendo o Messias e o Instrutor do Mundo. Por que você saiu da Sociedade Teosófica e renunciou ao papel de Messias?

Krishnamurti: Vamos examinar a questão das Organizações. Existe uma história bem engraçada que conta que o diabo e um amigo estavam passeando quando viram, a sua frente, um homemabaixar-se e pegar algo brilhante do chão. Ele olhou para aquilo com deleite, colocou-o no bolso e continuou caminhando. O amigo perguntou: "O que aquele homem achou que o transformou tanto?" O diabo respondeu: "Eu sei, ele encontrou a verdade." "Por Deus!"- exclamou seu amigo: "Isto deve ser um mau negócio para você!". "De jeito nenhum"- o diabo respondeu com um sorriso malicioso: "Vou ajudá-lo a organizá-la, a institucionalizá-la, você vai ver só!"

Pode a verdade ser organizada? Você pode encontrar a verdade através de uma organização institucional? Para encontrar a verdade, você não deve ir além e acima de todas as organizações mundanas? Afinal de contas, por que todas as organizações espirituais existem? Elas estão baseadas em diferentes crenças, não? Você acredita em uma coisa e o outro acredita nisso também e em volta dessa crença vocês formam uma organização, uma associação. E qual é o resultado? Crenças e organizações estão sempre separando as pessoas, excluindo umas das outras; você é um hindu e eu sou um mulçumano, você é um cristão e eu sou um budista. Crenças, ao longo de toda História, atuaram como uma barreira entre os seres humanos, e qualquer organização, baseada em crença, deve inevitavelmente produzir guerra entre os seres humanos; e isso tem acontecido vezes sem conta. Nós falamos de fraternidade, masse você tem uma crença diferente da minha, estou pronto para cortar sua cabeça; nós temos visto isso acontecer inúmeras vezes.

As organizações são necessárias? Você entende que não estou falando das organizações formadas para conveniência mútua dos seres humanos na sua existência cotidiana, como Correios, etc. Estou falando das organizações psicológicas e das chamadas organizações espirituais. Elas são necessárias? Elas existem na suposição que irão ajudar o ser humano a encontrar a verdade, ou Deus, ou seja lá o que você queira. Elas são um meio de propaganda, para converter o outro, para aumentar o número de adeptos, etc; você quer falar para os outros o que você pensa, ou o que você aprendeu, o que parece ser verdadeiro para você. E a verdade pode ser propagada? O que é verdade para alguém, quando propagado, certamente deixa de ser verdade para o outro. Não? Certamente, a realidade, Deus ou seja lá o nome que você der a isso, não é para ser propagado. Cada um deve experimentar por si mesmo e essa experiência não pode ser organizada; no momento que é organizada, propagada, ela cessa de ser verdade, ela se torna uma mentira, portanto, um impedimento à realidade, porque, afinal de contas, o real, o imensurável, não pode ser formulado, não pode ser colocado em palavras, o desconhecido não pode ser medido pelo conhecido, pela palavra, e quando você o mede, ele cessa de ser verdade, deixa de ser real e, portanto, é uma mentira - e somente uma mentira é que pode ser propagada. E organizações, que supostamente estão baseadas na busca da verdade, fundadas para a busca do real, tornam-se instrumentos dos propagandistas, e assim elas deixam de ter qualquer significado; não apenas a organização que está em questão, mas todas as organizações espirituais, elas se tornam meios de exploração.

Elas adquirem propriedades e a propriedade se torna tremendamente importante; passam a procurar mais membros e começa todo aquele negócio; as pessoas não vão encontrar a verdade porque a organização se torna mais importante que a busca da realidade. E nenhuma verdade pode ser encontrada através de qualquer organização porque a verdade vem quando existe liberdade, e liberdade não pode existir quando existe crença, pois crença é apenas o desejo de segurança, e a pessoa que está presa na sua necessidade de segurança nunca pode descobrir a verdade.

Agora, a respeito do papel de messias, é muito simples. Eu nunca neguei isso e não penso que tenha grande importância se eu neguei ou não. O que é importante para você é se o que eu digo é verdade. Assim, não se prenda ao rótulo, não dê importância ao nome. Se eu sou o instrutor do mundo ou messias, ou qualquer outro, é certamente sem importância.Se o nome se tornou importante, então você vai deixar escapar a verdade do que estou dizendo, porque você irá julgar pelo rótulo, e o rótulo é inconsistente. Alguém vai dizer que eu sou o messias, e outro vai dizer que não sou, e onde você fica? Fica na mesma confusão e na mesma miséria, no mesmo conflito.

Assim, certamente a questão tem muito pouco significado. Sinto muito desperdiçar seu tempo com essa questão. Se eu sou ou não o messias é de muito pouca importância. Mas o que é importante, se você é realmente sério, é descobrir se o que digo é verdade, e você só pode descobrir se o que eu digo é verdade, examinando-o, e estando agora atento ao que estou dizendo e descobrindo se o que estou dizendo pode ter efeito na sua vida diária. O que estou dizendo não é tão difícil de entender. O intelectual irá achar muito difícil porque sua mente está distorcida, e o devoto também irá achar extremamente difícil, mas a pessoa que está realmente procurando irá entender por causa da sua simplicidade. E o que estou dizendo não pode ser posto em poucas palavras e não vou tentar dizê-lo em poucas palavras. As várias palestras que eu tenho dado e minhas respostas às perguntas irão revelar isso, se você está interessado no que estou dizendo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Movimento Gota D'Água



É a Gota D' Água +10 from Movimento Gota d' Agua on Vimeo.



Um mundo melhor, mais consciente e solidário.

O Movimento Gota D’ Água surgiu da necessidade de transformar indignação em ação. Queremos mostrar que o bem é um bom negócio e envolver a sociedade brasileira na discussão de grandes causas que impactam o nosso país. Utilizamos nossa experiência em comunicação para dar voz aqueles que se dedicam a estudar o impacto que as decisões de hoje terão no amanhã. O Movimento apoia soluções inteligentes, responsáveis, conscientes e motivadas pelo bem comum. O Gota D’Água é uma ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas.

A primeira campanha do movimento discute o planejamento energético do país pela análise do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, a mais polêmica obra do PAC. O braço técnico desta campanha é formado por especialistas ligados a duas organizações de reconhecida importância para a causa: "Movimento Xingu Vivo Para Sempre" e o "Movimento Humanos Direitos".

A missão da Gota D’Água é comover a população para causas socioambientais utilizando as ferramentas da comunicação em multiplataforma – Hoje existem inúmeros caminhos de se produzir conteúdo relevante para atingir e envolver as mais diversas audiências nos mais diferentes meios. Nossa proposta é usar estas inovações para seduzir e mobilizar a sociedade para causas socioambientais.

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Entre no site e ajude na petição.

Juntos podemos fazer um amanhã mais amoroso e pacifico. Acredite!

Belo Monte é o primeiro passo de muitos nessa jornada. É tempo de mudanças!

http://movimentogotadagua.com.br/

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Procura-se revolucionários



A sociedade está profundamente doente. Não é difícil ver.

Bancos e corporações controlam o mundo sem nenhum interesse pela prosperidade da vida.

A maioria da população vive em condições deploráveis.

Mesmo os que tem dinheiro não têm saúde e felicidade.

A consciência coletiva, informada e organizada, é uma resposta imunológica às patologias globais.

Quanto mais pessoas decidirem trabalhar por isso, maior será a rede.

Você vive para quê?

Ganhar dinheiro, ter uma vida estável, ficar famoso?

Não existe mais estabilidade. Não existe mais diversão. Está tudo infectado.

Reconheça sua escravidão.

Você pode continuar na realidade paralela vivendo em função do dinheiro, até a crise chegar em você.

Ou você pode viver para curar o câncer mundial.

Não se trata de bater a cabeça contra o muro do sistema achando que vai derrubá-lo.


A doença já está em nível terminal.

Trata-se de enfraquecê-lo por outros meios.

Você não imagina quantas soluções existem tantas soluções pairando no ar.

E quantas pessoas estão criando essas soluções.

É só uma questão de sintonizar-se.

O que você vive dentro de você é o que vai definir o que você vai encontrar fora.

É simples. Você escolhe, você define os lugares aos quais vai, as idéias que vai procurar.

Por isso, se você escolher juntar-se à rede de regeneração da vida neste planeta,

Você vai encontrar cada vez mais informação útil e pessoas na mesma sintonia,
Que antes você nem imaginava que existiam.

Você vai entrar no fluxo,

E ficar cada vez mais forte.

PROCURA-SE REVOLUCIONÁRIOS,

não-violentos

que queiram trabalhar para a liberdade e evolução da espécie humana no Planeta Terra.

É necessário que tenham amor.

É desejável que tenham ou aspirem ter conhecimentos e habilidades, mas principalmente idéias.

É importante que se preparem para trabalhar em grupo e comunicar-se de forma harmônica.

Todo o resto é secundário.

(Susan Moreno)

(Recomendo fortemente este documentário, tem legendas em português: http://www.youtube.com/watch?v=4Z9WVZddH9w)

sábado, 12 de novembro de 2011

Sua vida é uma porcaria. E a culpa é minha.



http://suavidaeumaporcaria.com.br

O que você tem em mãos não é apenas um livro, mas um projeto aguardando por sua obsolescência. Por mais estranho que isto possa parecer neste momento, na medida que você avançar até a conclusão, esta afirmação mostrará sua lógica.

Pois, veja só, a sua vida é basicamente uma porcaria, leitor. Você sofre problemas como a falta de segurança, aumentos na criminalidade, preços abusivos, salários baixos, saúde comprometida, corrupção na política, falsificações nos mais variados objetos, atropelamentos nas ruas, poluição desenfreada, crises financeiras, produtos que não funcionam como deveriam, educação comprometida, escassez em vagas para muitas atividades, leis abusivas e muito mais. Tão mais, que podemos incluir também os problemas sentimentais, como inveja, ódio, indiferença, intolerância, discriminação, bullying, humilhações, etc.

Enfim, seja a situação que for, através do que este livro tem a apresentar, praticamente todos os nossos problemas podem ser resolvidos. Talvez isto também possa parecer estranho. Mas o fato é que não há praticamente nenhuma barreira técnica que nos impeça de alcançarmos um patamar de vida até pouco tempo inimaginável. E, tal patamar não é nenhuma promessa para uns poucos selecionados ou para algum tempo remoto inalcançável.
A questão é que basicamente tudo o que sabemos, conhecemos, organizamos, relacionamos e operamos está profundamente equivocado. Emprego, dinheiro, crescimento econômico, eleições, ciência, tecnologia, até mesmo a vida de cada um de nós, está profundamente mergulhada em um grande oceano de obsolescência. Pode ser triste dizer, mas somos um planeta de esquizofrênicos. Passamos a vida em sofrimento, sem nunca nos darmos conta do potencial que temos para resolvê-los. Na medida que você avançar neste livro, irá perceber que temos tudo o que precisamos em nossas mãos.Neste exato momento. 

Esta obra está organizada em seis partes que progressivamente explicam os procedimentos básicos de como funciona nossa vida neste planeta. Avançando, iremos analisar os níveis intermediários destes procedimentos, relacionando aquilo que estamos fazendo com o resultado que supomos ser o mais apropriado. E, nos níveis mais profundos, organizaremos tudo em um grande conjunto coeso. O propósito desta leitura é esclarecer de uma vez por todas a situação humana neste momento, sua justificativa resultante do passado e uma perspectiva futura imediata realmente promissora para todos. Mas este projeto esperando sua obsolescência não se limita apenas a palavras. Há um plano operacional aguardando na parte seis.

Leitor, sua participação neste processo é primordial. De fato, ela é vital. Ao longo das partes um até a quatro, você encontrará diversos momentos para interagir com o livro. Sinta-se à vontade para responder as perguntas e reflexões. Este tipo de ferramenta foi a maneira como eu, Juliano Moreira, encontrei de simular um diálogo entre nós, considerando as limitações que um livro impõe. Algumas simulações de frases que você poderia vir a falar procuram manter este sentimento de aproximação. O propósito desta abordagem é reforçar o sentimento que desejo ver surgir em seu âmago: você não está sozinho.

(Juliano Moreira)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Chafariz e o Ego


O ego cheio de seus problemas importantes na realidade, decidi ir a uma praça, para por sua mente em ordem, para relembrar suas prioridades. Na praça há um chafariz muito belo e logo o ego escolhe lá como seu local para meditar, com o intuito que a beleza do monumento e a influencia da pureza na água, ajudara-lo a alcançar os mais altos patamares da sabedoria

Mais de uma hora passada, e o ego já tinha criado um plano espetacular pro amanhã, analisado a linearidade do ontem, conectado velhos e novos conhecimentos, assim vendo novos valores, uma nova percepção da realidade.

Satisfeito consigo mesmo, com sua sensação de progresso, e controle na mente novamente, relaxou no banco, e foi ai que ele escutou um barulho, olhando para os lados procurando da onde provinha o ruido, percebeu que a praça tinha enchido de pessoas, e algumas ate olhavam para ele, muitas conversas paralelas começaram chegar em seu ouvido, e seus olhos caiu no chafariz, a origem do som,  água jorrando sem parar, mas mesmo assim o ego intrigado não entendeu o porquê ele não ter escutando antes o som da água que já estava ali antes dele chegar e permanecera lá depois que ele partir.

(Matuzaleu)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ria com tio Osho


Um dia Paddy vai a um pub e vê um homem muito bem-vestido sentado num canto. Mas o que ele nota mais são seus sapatos lindos. Assim, ele vai ate o homem, pergunta sobre os sapatos e o homem lhe diz que são sapatos de crocodilo, Mas Paddy nunca ouviu falar de crocodilo; por isso vai ate seus amigos e pergunta. Eles explicam que é um animal perigoso que vive nos pântanos da floresta Amazônica. Paddy está determinado a obter um par daqueles sapatos; então vende sua casa, seu carro e sua esposa e parte para América do Sul. Quando chega lá, encontra um homem com barco, que está disposto a levá-lo à floresta Amazônica. Depois de muitas semanas, eles chegaram ao coração da floresta e Paddy vê um crocodilo nadando no pântano. Ele mergulha imediatamente e tem uma terrível luta com o animal. Eles ficam lutando por mais de uma hora ate que, cansado e sangrando, Paddy consegue arrastar o crocodilo morto para o barco. Esgotado, vira o crocodilo de costa, dá uma olhada nele e exclama, com voz estridente: "Meu Deus! Ele está sem sapatos!".

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tao 69


Quem quer ganhar seu inimigo,
Em terra hostil.
Não se arvore em dono de casa,
Mas porte-se como hóspede
Em casa alheia;
Prefira sempre recuar um metro
A avançar um centímetro.
Assim ele progride sem marchar.
Assim pode reprimir sem ameaçar.
Assim pode avançar sem lutar
Assim pode tomar posse,
Sem usar armas,
Não há mal maior
Do que desprezar o inimigo;
Quem menospreza o inimigo
Perde os seus tesouros
Se dois exércitos forem iguais,
Quem vence é o mais sensato.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Manifesto do Ocupa Sampa



MANIFESTO

Vinte e sete anos após o histórico Comício pelas Diretas, o Anhangabaú é palco de manifestações por democracia. Passadas duas décadas da chamada "Redemocratização", é hora de questionarmos se vivemos, de fato, em um país democrático. A cada dia fica mais claro que o poder econômico tomou o controle de todo o processo político, de modo que, diferentemente do que diz a Constituição, não somos tratados como iguais.

Os políticos em Brasília têm poder de decidir por eles mesmos qual será o salário deles e também o salário do trabalhador comum. Basta olhar a diferença absurda entre o contracheque deles e os nossos para ver que eles representam apenas os seus próprios interesses e os do pequeno grupo de privilegiados que concentra a maior parte da riqueza de nosso país.
Eles decidem quanto cobrarão de tributos e também como nosso dinheiro será gasto; eles decidem destruir as florestas e rios sem consultar a vontade das populações indígenas, nem a dos contribuintes que arcarão com os custos da construção da Usina de Belo Monte; eles gerem o transporte público, mas chegam para "trabalhar" de helicóptero; constantemente, policiais (agentes do Estado) extrapolam suas atribuições agindo com violência desmedida contra moradores de rua e da periferia bem como contra manifestantes pacíficos. E pior, fazem isso dizendo estar agindo em nosso nome. Esses e outros exemplos demonstram que ELES NÃO NOS REPRESENTAM.

O movimento popular plural e independente #AcampaSampa propõe democracia direta (real, verdadeira, que esteja presente no nosso dia-a-dia). Defendemos o direito a voz para todos nos debates e queremos mudança completa do sistema politico e exigimos o direito de participar na construção do nosso Brasil. Chega de decisões unilaterais concentradas nas mãos dos mais ricos dentre os ricos.

AQUI VOCÊ TEM VOZ (como todos os outros)

No acampamento que se instalou sob o Viaduto do Chá desde o último dia 15 de Outubro todas as decisões são tomadas por consenso. Isso significa que as pessoas presentes têm direito a voz para expor suas propostas, críticas, sugestões, problemas e temas apresentados. Não importa sua idade, grau de instrução formal, sexo, raça, nem quanto dinheiro você tem (ou deve) no banco.

Convidamos você a se juntar ao movimento. A sua presença é muito importante. Venha participar das assembleias consensuais, decidindo junto o futuro do movimento e do Brasil. Caso não possa permanecer acampado, leve a discussão para todos os cantos da cidade e do país; pela internet, fazendo sua arte, na conversa com os amigos, como você quiser. Ocupemos as ruas e lembremos a essa cidade que ela tem VIDA.



Vamos recuperar nossos sonhos e o direito de decidir os nossos destinos do nosso país e do mundo.



Não Violência, Consenso e Autonomia de Estado, Governos, empresas e partidos.

(Estamos de baixo do Viaduto do Chá , no Vale do Anhangabaú)

domingo, 23 de outubro de 2011

A revolução é agora, se não qual hora?


Estamos vivendo a revolução, não podemos perde o foco, é tempo de mudanças, e ela é lenta, e isso pode levar desanimo, já que a necessidade de mudar é imediata, mas como estamos no começo, a paciência é necessária, temos que subir degrau por degrau, sem pular fases, mesmo que a primeira vista pareça que estamos parado, fazendo algo em vão, mas como diz a teoria do caos, "uma bater de asas de uma borboleta, pode gerar um tornado no outro lado do mundo", não importa o tamanho da nossa atitude, o importante é agir, fazer sua parte.

Quem não ajuda mudar, esta ajudando a manter.

(Matuzaleu)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Somos 99%


"Estamos vivendo uma época de efervescência de atos políticos e manifestações de contestação que poderiam nos levar a uma libertação. Em contraponto a isso, temos também incutidos nesses movimentos sentimentos patrióticos. Críticas ao sistema alienante e explorador que nos controla são feitas pelas mesmas bocas que gritam:'sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor'. Como ser um ativista pela libertação dos povos afirmando as fronteiras entre os estados? Como ser autônomo e lutar pela liberdade se assumimos a identidade baseada em fronteiras abstratas que ao invés de nos unir, nos separam em nacionalidades? libertação não é sinônimo de liberdade de consumo e sim de viver, de pensar, de questionar e principlamente se locomover independente das divisões entre as terras." (Homem em Movimento)

Se exitem opressores, existirão os oprimidos, enquanto houver opressão, haverá resistência, entretanto um dos problemas que enfrentamos nessa revolução atual, é a perca de foco sobre o opressor, por causa que os oprimidos ficam se queixando entre eles mesmo, quem é o mais oprimido, varias bandeiras de oprimidos querendo ver quem é a "melhor", que sofre mais opressão, a galera da floresta, a turma dos animais, os camaradas comuna e anarco, os a favor do amor maior, os da sociedade alternativa... e é isso que gera a segregação dos oprimidos, temos que fazer diferente nessa revolução, a união dos 99% dos oprimidos é necessário para que a mudança ocorra. Deixar de usar o consenso de todos e começar a se basear na razão, de que o nosso problema não é a gente ser oprimido, e sim o opressor, os 1%.

É ele que nos oprimi, ou somos nós que nos deixamos oprimir?

Temos que ter em mente que essa revolução não haverá nenhum Che Guevara, todos os 99% tem que fazer a sua parte, agir consciente, com a mente que o propósito e para o bem de todos os seres humanos, em prol de um planeta saudável.

(Matuzaleu)

sábado, 15 de outubro de 2011

A Revolução dos Indignados


"Esta aspiração à liberdade ilimitada, se não for combinada com o amor pelos homens e com o desejo de que todos os demais tenham igual liberdade, pode chegar a criar rebeldes, que, se tiverem força suficiente, se transformarão rapidamente em exploradores e tiranos." (Errico Malatesta)
"A verdadeira revolução não é revolução violenta, mas a que se realiza pelo cultivo da integração e da inteligência de entes humanos, os quais, pela influência de suas vidas, promoverão gradualmente radicais transformações na sociedade"(J. Krishnamurti) 

Dia 15 de Outubro, algo nunca registrado na história da humanidade, pessoas de todas as cidades em volta do mundo saindo para as ruas, lutado pela mesma causa: Liberdade e Igualdade, para todos os seres. Da primavera árabe a spanish revolution, da wall strett a paulista, do japão ao chile, de ponta a ponta em todas as latitudes e longitude. Todos juntos querendo o mesmo ideal.

O mundo irá escutar o grito dos indignados, dos oprimidos, da grande massa, é chegada a hora, não podemos mas ficar parado nessa situação comoda, esperando que algum presidente ou governante resolva nossos problemas, que algum messias ressuscite, ou que o mundo acabe ano que vem. Não. Apenas o povo unido conseguirá mudar esse cenário.

Um novo mundo desponta no horizonte, e tudo depende da união de toda a família humana, ela precisa relembrar que é uma só, uma grande família e que somos todos irmãos de planeta, e que não podemos mais ter fronteiras nacionais, classe sociais, pessoas desempregadas, crianças morrendo de fome, guerras sem sentidos, preconceitos e racismo. Basta!

Juntos vencemos, separados perecemos.

São Paulo, Estação São Bento, 15 de Outubro, 10h, Democracia Real Já


(Matuzaleu)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Thich Nhat Hanh - O Suco de Maça




Por Thich Nhat Hanh

Hoje três crianças, duas meninas e um menino, vieram da aldeia para jogar com Thanh Thuy. Os quatro foram para a ladeira atrás de nossa casa, brincaram uma hora e voltaram para pedir algo para beber. Eu peguei a última garrafa de suco de maçã caseiro e dei a cada um copo cheio, servindo Thuy por último. Considerando que o suco dela era do fundo da garrafa, tinha alguma polpa. Quando ela notou as partículas, fez beicinho e recusou a beber. Assim as quatro crianças voltaram para as brincadeiras na ladeira, e Thuy não bebeu nada.

Meia hora depois, enquanto eu estava meditando em meu quarto, eu a ouvi chamando. Thuy quis um copo de água fria, mas mesmo na ponta dos pés ela não podia alcançar a torneira. Eu a lembrei do copo de suco na mesa e lhe pedi que bebesse aquele primeiro. Virando o olhar, ela viu que a polpa tinha assentado e o suco parecia claro e delicioso. Ela foi para a mesa e pegou o copo com ambas as mãos. Depois de beber a metade, ela colocou o copo sobre a mesa e perguntou, “Este é um copo diferente, Tio Monge?” (um termo comum que as crianças vietnamitas usam ao se dirigir a um monge mais velho.) “Não”, eu respondi. “É o mesmo que antes”. Ele sentou quietamente um pouquinho, “e agora está claro e delicioso.” Thuy olhou novamente para o copo. “Realmente é bom. Ele estava meditando como você, Tio Monge? ” Eu ri e bati levemente na cabeça dela. “Digamos que eu imito o suco de maçã quando eu sento; isso é mais próximo da verdade.”

Todas as noites na hora de dormir de Thuy, eu medito. Eu a deixo dormir no mesmo quarto, próximo de onde estou sentando. Nós concordamos que enquanto eu estiver sentando, ela irá para cama sem falar. Naquela atmosfera calma, o sono vem facilmente para ela dentro de 5 ou 10 minutos. Quando eu termino de sentar, eu a cubro com uma manta.

Thanh Thuy é filha das “pessoas de barco.” Ela não tem ainda 4 anos e meio. Cruzou os mares com o seu pai e chegou da Malásia em abril do ano passado. A mãe dela ficou no Vietnã. Quando o pai chegou aqui na França, deixou Thuy conosco durante vários meses enquanto foi para Paris procurar um trabalho. Eu lhe ensinei o alfabeto vietnamita e algumas baladas populares de nosso país. Ela é muito inteligente, e depois de duas semanas já soletra e lê lentamente “O Reino dos Bobos”, de Leo Tolstoy que eu traduzi do francês para o vietnamita.

Toda noite Thanh Thuy me vê sentar. Eu lhe falei que eu estou “sentando em meditação” sem explicar o que significa ou por que faço isto. Todas as noites quando ela me vê lavar minha face, vestir meus roupões, e acender um incenso para fazer o quarto ter uma boa fragrância, ela sabe que logo eu começarei a “meditar.” Ela também sabe que está na hora dela escovar os dentes, mudar os pijamas, e ir quietamente para cama. Eu nunca tive que a lembrar.

Sem dúvida, Thuy pensou que o suco de maçã estava sentando por um tempo para se clarear como o seu Tio Monge. “Ele estava meditando como você?” Eu penso que Thanh Thuy, apesar de não ter 4 anos e meio, entende o significado de meditação sem qualquer explicação. O suco de maçã ficou claro depois de descansar por algum tempo. Da mesma maneira, se nós descansarmos por algum tempo em meditação, também ficaremos claros. Esta claridade nos refresca e nos dá força e serenidade. Como nós nos sentimos refrescados, nossos ambientes também serão refrescados. Crianças gostam de estar perto de nós, não apenas para ganharem doces e ouvir histórias. Elas gostam de estar perto de nós porque podem sentir este “frescor.”

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Alienação


"A massa sustenta a marca, a marca sustenta a mídia, a mídia controla a massa." (George Orwell)

"Nosso maior inimigo somos nós mesmos
Reféns de nossa própria ignorância (ignorância da própria)
Orgulho, às vezes o que o espelho mostra é duro de ver
Admitir que o que tu critica é bem parecido com você" (BNegão)



Não há nada de errado em alienar os outros, o problema está em se deixar alienar. Por que as pessoas se deixam alienar? Simples. Para fazerem parte do grupo, por que se elas não usarem a mesma roupa do grupo, não assistirem o mesmo canal que eles e nem curti os mesmo links no facebook, elas estarão excluída do grupo, do meio que a cerca, e como sabemos o homem não consegue viver sozinho, ele é um ser social.

Sempre teve alienações, a história humana é cheia delas, as tradições e a cultura são as mais antigas, todo grupo que existe esta tentando te alienar de algum modo, a igreja te aliena, o estado te aliena, a televisão te aliena, sua família te aliena,  pode se dizer que o trabalho aqui no Mutamos é um modo de alienar. Qual é o trabalho do alienador? Ele cria um grupo e faz parecer que somente nesse grupo terá a segurança, a união e a justiça, que fora dele você estará correndo perigo, já que o grupo dele é melhor que os outros. O alienador também cria as regras do grupo, dizendo o que é certo e errado, como se deve viver, o que se deve vestir, etc. Depois o alienador começa fazer comparações com os outros alienadores, e ai começa a guerra, o combate, nação contra nação, cristão contra muçulmano, facebook contra orkut, uma discriminação sem fim, para ver quem consegue alienar mais. 

Quando o alienado consegue se liberta da alienação,"sistema", ele acaba caindo em outra forma de alienação, "comunista", "anarquista", "espiritualista", "zeitgeistista", pensando que assim ele poderá derrubar quem o estava alienando, e assim em vez de ser um alienado ele começa alienar os outros e tornamos o que antes criticava. O problema está em querer colocar o que é certo e o que é errado, fazendo parecer que um grupo é melhor que o outro, e isso gera um sentimento de superioridade, entretanto, como pode ter alguém superior que o outro, se somos todos semelhantes, levando em conta que somos todos seres humanos.

Por isso existe a regrinha do Mahatma Ghandi: "Seja você a mudança que deseja ver no mundo", não se preocupe com a alienação alheia, sempre fique de olhe na sua própria.

Nós somos o alienador e o alienado.

(Matuzaleu)

domingo, 2 de outubro de 2011

Ria com tio Osho


Voltando para casa mais cedo do trabalho, um homem encontrou sua esposa nua na cama, respirando profundamente, e visivelmente aflita. "Qual é o problema, querida?", ele pergunta. "Eu...eu...eu não sei", ela murmura. "Acho que talvez esteja tendo um ataque do coração." O marido se apavorou e correu para baixo para chamar o médico. Ele estava discando o número quando sua filha entrou correndo e gritou: "Papai, papai, há um homem nu no guarda-roupa!". O marido perturbado, largou o telefone, subiu as escadas correndo, abriu a porta do gurda-roupa e encontrou seu melhor amigo ali dentro. "pelo amor de Deus, Ed", o homem gritou, "minha esposa está no quarto tendo um ataque do coração e você se movendo sorrateiramente, pelado, por aí, assustando as crianças!"

(Osho)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Êxtase


[...]Você quer os picos, as montanhas, mas você não quer os vales - assim para onde irão os vales? E sem os vales, como pode haver os picos? Sem os vales, não pode haver nenhum pico. Se você ama os picos, ame os vales também.[...]E quanto mais elevado o pico de alegria, mais profundo será o vale, porque vales mais profundos são criados somente por picos mais elevados. Assim, quanto mais alto você for, mais baixo você cairá. E é exatamente como ondas que sobem; depois, vem uma parte do vale.[...] OSHO

A alegria da depressão é saber que ela é passageira, Assim, temos que aproveitar a alegria com consciência que ela também é passageira, quando temos temos consciência deste processo, viramos o nosso próprio observador, olhando a historia que nossa mente tagarela inventa , sem se identificar com ela, a mente acha que é a criadora da situação que você esta, ela adora ver você triste que é ai que ela tem o maior controle sobre você e a sua vida, ela se alimenta dos seus pensamentos e sentimentos, e o pessimista é o seu prato favorito, por isso que o mano Nietzsche dizia: "que nosso maior inimigo somos nos mesmo."

Tome cuidado sobre a historia que a sua mente esta lhe contado, ela esta querendo te sugar, te roubar do presente, fazendo você esquecer que você é um ser humano, e que vive em um universo de infinitas possibilidades, não deixa a mente te limitar, ela vive no passado e imagina o futuro, mas o único lugar que você pode ver o potencial total da vida é no agora, no aqui-agora, que é o único momento que você esta vivo. 

A mente não é má, ela só não tem consciência, e adora se alimentar da suas emoções, por que é ai que ela ganha maior poder sobre você, mas você não é sua mente, ela é apenas uma ferramenta que temos para socializar, observe ela, sem se interagir, e veja como ela ficara diferente, pratique a conversa consigo mesmo, e veja como ela consegue te distrair, quando você começa a observa-la, ela sofrera uma mudança, ela começará a ficar mas silenciosa e ai a senhora Intuição irá começar agir na sua vida, por isso o tio Einstein falava: "eu penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar - e eis que a verdade me é revelada". Não deixe que a sua mente, o ser que fala dentro de você, comande sua vida. Quando você se livra das correntes da mente, sua vida vira um êxtase.

A mente é um péssimo senhor, mas um ótimo serviçal.

(Matuzaleu)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Depressão.


A vida é uma incerteza pode ter certeza,

E quando pensamos que temos controle sobre o que ira acontecer, a Vida mostra quem é que manda, ela e seu parceiro Destino, lado a lado. Não ha como fugir, temos apenas que seguir adiante, com as feridas e os sorrisos, é um caminho longo e confuso, que quanto mais longe se segue, mais sozinho se fica, com a fé de dias melhores, mas enquanto isso, a dor continua, o orgulho do ego ferido, e o observador apenas olhando o desfecho desta historia, enquanto isso lagrimas percorre meu rosto, como diria o mano Criolo em sua música "Deus sabe sempre o que, tá fazendo, mesmo sabendo disso eu sofro, vai vendo".

A tristeza passa.
A alegria passa.

E eu fico.

(Matuzaleu)


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Medo da vida (parte 4)










Assim, nós não queremos a vida, queremos coisas mortas. Eis por que nós continuamos possuindo coisas. É difícil viver com uma pessoa; é fácil viver com coisas. Assim, nós continuamos possuindo coisas e coisas e coisas... É difícil viver com uma pessoa. E se nós temos que viver com uma pessoa, nós tentaremos fazer dessa pessoa uma coisa, nós não podemos permitir a pessoa.

Uma esposa é uma coisa, um marido é uma coisa. Eles não são pessoas, eles são coisas fixas. Quando o marido chega em casa, ele sabe que a esposa estará lá, esperando. Ele sabe, ele pode prever. Se ele quiser fazer amor, ele pode fazer – a esposa estará disponível. A esposa se torna uma coisa.

A esposa não pode dizer "não, hoje não estou com vontade de fazer amor". Não se supõe que esposas digam tais coisas. Não está com vontade!? Não se supõe que elas tenham vontade. Elas são instituições fixas – institutos. Você pode confiar no instituto; você não pode confiar na vida. Dessa forma, nós transformamos pessoas em coisas.

Olhe para qualquer relacionamento. No começo é um relacionamento de "eu" e "tu", mas, mais cedo ou mais tarde, ele se torna um relacionamento de "eu" e "aquilo". O "tu" desaparece e, então, nós continuamos esperando determinadas coisas. Nós dizemos: "Faça isto!" Você terá de fazê-lo. É uma obrigação; aquilo tem de ser feito mecanicamente. Você não pode dizer "eu não posso fazer isso".

Essa fixidez é o medo da vida.

(Osho)

Parte 1 2 e 3: http://www.palavrasdeosho.com/2011/09/medo-da-vida-parte-4.html

domingo, 25 de setembro de 2011

Pessoas



Quem sou eu? Não me façam essa pergunta, pois nem mesmo eu sei respondê-la. O que quero? Falar de pessoas. Mas não as pessoas de hoje, quero falar das pessoas do futuro. O melhor a fazer para tanto é ir até elas, pois que seja então, vamos ao futuro ver as pessoas...

*
Que dia é hoje? Não sei, e antes que todos digam que não sei de nada vou dizer logo o que sei: estamos na Praça da Sé, em cima do Marco Zero da cidade. Digo ainda mais, são oito horas da manhã e sabem o que eu ouço aqui? Nada! Nenhuma voz, nenhum som, nem mesmo os sinos da catedral soaram hoje. O que há no centro da cidade? Na verdade não há. Não há pessoas na Sé, dá pra acreditar? Pois bem, vou a outro lugar, lá as pessoas devem estar.

Vale do Anhangabaú. Quem nunca aqui esteve já ouviu falar ou já viu reportagens na televisão sobre ele. Aqueles shows populares cheios de pessoas, algumas bêbadas, muitas drogadas, poucas pacíficas, mas todas eram pessoas. Pessoas que estão ausentes hoje. Nada. Nem sequer vestígios da existência delas. Mas os gatos continuam ali, a porta do Museu do Theatro Municipal na Praça Ramos de Azevedo. O mato esta alto, a fonte continua seca, mas a escadaria que leva ao suntuoso teatro não fede, não tem mais aquele cheiro fétido de urina humana que sempre teve.

E agora, para onde eu posso ir e encontrar pessoas? Sim, a Mário de Andrade! Aquela biblioteca sempre me fascinou, seu mezanino em pedras de mármore, as esculturas de importantes escritores da humanidade na Praça Dom José Gaspar e é claro, todos aqueles livros, desde literatura contemporânea a clássicos como Shakespeare e Camões! Vou até lá, mesmo se não houver gente, haverá livros.

Na biblioteca não havia ninguém, nada muito diferente da minha infância, mas deveria haver funcionários lá, nem eles estavam presentes. Não consegui ler, o que fez falta não foi o barulho, mas sim a presença do gênero que escreveu aqueles livros: pessoas.

Me vem a mente um outro lugar, pouco distante, longe de minha personalidade, a Galeria do Rock. Vou até lá, mesmo que as pessoas que lá estiverem não combinem comigo, ainda serão pessoas. Entrei pela rampa do Largo do Paissandu, vi todas as lojas - com os sempre (para mim) inusitados produtos – abertas, e mesmo assim sem vendedores. Subi suas escadas rolantes estreitas, as quais só uma pessoa por vez consegue usar. Mas hoje não há quem suba nela. A visão do largo, do começo da Avenida São João e daquela pequena igreja a qual nunca me lembro o nome já não é a mesma coisa. Por quê? Porque não há pessoas!

Já passa de meio-dia, uma ideia surge do recôndito do meu ser: 25 de março. Não é a data de hoje, é sim meu próximo destino. Passarei pelo Largo de São Bento e visitarei o mosteiro homônimo na esperança de ver algum fiel ajoelhado fazendo sua prece ou algum estrangeiro admirando o interior do templo. Nada novamente. Mas a ladeira Porto Geral há de estar cheia, a 25 como sempre formigará de pessoas procurando algum produto no maior shopping a céu aberto do mundo. Nada de pessoas lá também!

Não me perguntem como, mas até as dez da noite passei pela Bela Vista, Liberdade, Vila Mariana, Santo Amaro, Interlagos, Morumbi, Butantã, Pinheiros, Barra Funda, Freguesia do Ó, Jaraguá, Perus, Tucuruvi, Penha, Itaquera, Tatuapé, Brás, Mooca, Ipiranga e até mesmo Parelheiros, nada, nenhuma viva’lma que me fizesse companhia.

Desisti, voltei ao centro, o dia quase findo, fui para a paisagem que mais me emociona na cidade: o Viaduto do Chá à noite, com aqueles postes antigos e todo o clima do centro noturno da cidade! Já sem esperança alguma vejo surgir, do nada, um aparelho que pairava no ar. O vi cair lentamente, e no exato lugar onde ele surgiu começou a se materializar uma mão, na verdade duas, quando o aparelho chocou-se com o chão já via nitidamente um casal de mãos dadas, quase abraçados, atravessando o viaduto. Uma bela imagem em perspectiva: a cidade, os postes decrescendo em minha visão e um casal interagindo puramente, de pessoa para pessoa.

Peguei o aparelho, vi milhares, não, bilhares de pessoas interagindo lá dentro. No susto deixei-o cair, apavorado com que vi fugi, não sem antes dar uma última olhada no casal que neste momento já estavam no fim do viaduto, ainda abraçados e perceptivelmente olhando para as estrelas, elas que agora me acolherão e servirão de inspiração para o sorriso daquele casal, que no fim de tudo são unicamente PESSOAS.

(06/04/2011 - São Paulo - Potter Ramsés)
http://potterramses.blogspot.com
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