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Artexto de Israel Silva!!!
(lembranças solutas em sentimentos quase póstumos)
INTRODUÇÃO
No escuro
Vértice
Vórtice
Vórtice
Córtex
— Engraçado, sempre me lembro da chuva
e
Do céu nublado e
Da admiração que tinha pelos raios.
Raios.
! Que os invoco agora !
Pois você que outrora minha nuvem
Pois você que outrora
em mim
precipitou-se como um temporal
atemporal
(com tudo que lhe constrói o caráter: ventania, raios, fúria etc.).
— Você aqui persiste.
na memória.
Nas minhas janelas, nos meus memory cards
Neurais
Cerebrais
Celebrais
Aliás, não apenas tu, Outrora. Outros seres também persistem aqui.
Também persistem:
Vós. Vós todos que aí estão.
(marimbondos do meu passado)
Vocês, que persistem em minha memória, são testemunhas de que existi, assim como eu testemunho a existência ainda que passada de vocês.
Justo.
...
PARTE I
Verdade. Atesto que, Sim, existi. Fui real um dia, tive história.
Já a morte...
A morte
Contêm-se
Em sua insignificância.
Pois nem a morte é capaz
De capturar a luz tão incidente
Do passado persistente
Paz
Fugaz
Fugaz
A morte não sobrepuja a memória da vida.
Sim, pois o próprio universo lembrar-se-á
Da vida.
(amém)
...
PARTE II
Eis que eu, então, sendo filho do Pai,
Filho direto do universo, da existência...
[re]
resistência
resistência
(r)existência persistência
— Eu, sendo filho feito à Sua imagem e semelhança:
Lembro.
Temos a dádiva da mente
e na mente temos memória.
...
PARTE III
Lembro do tom da primeira rosa e
Da terra que a circundava.
(Terra vermelha. Rosa vermelha. Formigas vermelhas).
Assim como tatuei no campo das lembranças os lábios teus.
Ver bios
Melhor
Melhor
Lá
Melhor Me Ver
Vermelhos...
(lábios)
— E não quero e não vou esquecer-te! Pois és tu, Outrora, a minha nostalgia analgésica.
...
PARTE IV
Ah, não me conformo com o esquecimento. Falo do esquecimento proposital, da fraqueza psicológica que nos pede para esquecer.
Considero o cúmulo do desprezo
(e mesmo do desrespeito)
abandonar fragmentos recicláveis
da vida própria em
páginas quaisquer na
lixeira do Nunca Mais,
e jogar o Antes
aos vermes.
(esquecer assim é peneirar o Sol com nuvens)
...
PARTE V
Aos Vermes.
— Nuvens.
Rever ver mês chuva cumulonimbus
Vermes
Vermelhos
Vermelhos
Eu bem que poderia esquecer
aquelas palavras,
aqueles vermes vermelhos
saindo da boca daqueles
que me ofenderam
E me sugaram o sangue
Vermelho
Naquele mês, naquele dia chuvoso, nublado, lampejante.
“Engraçado, sempre me lembro da chuva, do céu nublado, da admiração que tinha pelos raios.”
Poderia também esquecer
o escuro que se expandiu lá
no vórtice da minha amargura
no vértice da minh’alma.
Mas não me esqueço não, pois lapidar minha aflição foi aprendizado autodidata.. Aprendi a caçar por ter me enfadado de ser presa. Aprendi a amar o escarlate.
...
PARTE VI
Portanto eu lhe rogo, querida: Não te esqueças de mim.
Não...
Sejas testemunha de que eu existi e
Seja prova viva
De um amor que existiu.
Façamos um pacto para não dissiparmos a memória já esparsa de nossa história.
Então seremos
Testemunhas
De uma força que move a humanidade.
Assim sorriremos quando chegar o dia
De testemunhar
No Juízo Final.
...
FINAL
Rogo à vocês também,
À todos vocês que ainda vivem,
Imploro à vocês que ainda persistem enquanto eu fui embora já:
Não
Se esqueçam
De mim.
Não
Se esqueçam
Da vida.
Não esqueçam os aprendizados mais valiosos, não esqueçam os sentidos de estar no mundo.
No final das contas,
Gritemos um brado fragoroso, mais que retumbante
Para que Tudo que Há
Também se lembre de nós depois de partirmos.
Um dia o Universo há de sentar-se. Neste dia ele se lembrará de nós. Sejamos a Persistência da Memória da Existência.
Aqui vai uma mensagem para o pós:
— Nós estivemos aqui.
PS: Amo-te. Um beijo.
Muito Lindo este texto!
ResponderExcluirvaleu Israel!
ORRA MANO MUITO LOUCO
ResponderExcluirpassa la no blog do menino Israel,
ResponderExcluirxD
é bem interessante o modo como estão as palavras
ResponderExcluirtambém curto essa arte com a palavras xD
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