Ao leitor
Esse artigo do Laerte diz o que venho repetindo à exaustão, nas calçadas, praças, bares, conversas por aí. Vivemos num regime empresarial travestido de democracia. E fomos levados a acreditar em mentiras e a ver o mundo de maneira totalmente distorcida. Os que se angustiam se vêem num labirinto sem saídas, os que se revoltam encontram as dispersões calculadas para os revoltados, um mercado de revoltados, com produtos e comportamentos que expressem sua inconformação sem ameaçar o sistema, ao contrário, colaborando com ele, como consumidor e como colaborador na montagem do cenário de democracia, que precisa ser constantemente retocado, modificado, reestruturado, para permanecer como ilusão e conter explosões. Qualquer descontrole nessa área, as forças de segurança já estão treinadas e preparadas para a contenção. Desapartadas do sentimento de sociedade, de pertencimento à coletividade, essas pessoas não se constrangem em atacar, agredir homens, mulheres, velhos, crianças, sem perceberem o lado humano vergonhoso de tal atitude que, se os que cometem vissem, em situação de calma, ficariam no mínimo constrangidos, envergonhados pela evidente covardia. Uma força armada, treinada pra luta, pro massacre, atacando populações que não reagem e nem teriam condições de reagir à altura. E nos poucos casos de reação popular, como os recentes, no Juramento, na Mangueira,... dão as sérias conseqüências, revanche com gases, crianças, velhos, crianças passam mal, mulheres grávidas, feridos, presos. Nenhum bandido, além de alguns policiais que se aproveitam da farda e da ideologia do seu treinamento pra extravasar desvios pessoais - sem perigo de sofrer conseqüências, quando contra negros e pobres.
Penso que ver o mundo como ele é, ou procurar fazer isso, é o primeiro passo no processo de mudança consciente da realidade que nos cerca, da sociedade em que vivemos, esquecidos da coletividade que somos e de nosso compromisso, intrínseco à vida, em solidariedade e sentimento, uns com os outros e todos com o equilíbrio e a harmonia entre todos. Sem nenhuma exceção, esse é o nosso compromisso, consciente ou não. E nesse caminho avançamos, como o tempo, como a evolução de todas as coisas que conhecemos e, imagino, de pelo menos muitas das que não conhecemos.
O domínio e a pesada influência das grandes empresas nas decisões e mais, na existência dos poderes públicos, com o apoio decisivo da mídia privada dominante, já se mostra a muitos olhos. Ainda poucos dentro do todo, mas isso se propaga como fogo. Resta escapar dos extintores do sistema, até que o incêndio seja tamanho que não se possa mais controlar, pois incendiará até os extintores.
Cabe perceber, porém, que a maior parte da força opressora, controladora, do poder econômico reside em nosso consentimento coletivo, assimilando, mesmo a partir do inconsciente, os valores impostos, induzidos, criados, apregoados pela mídia, pela publicidade e com a distorção das informações pelo jornalismo das grandes empresas. Vemos o mundo como uma arena, cheia de inimigos a vencer, obstáculos a superar, um "inferno" no caminho de um "paraíso" reservado a poucos. Todos adversários de todos, riqueza como objetivo de vida, posses como certificado de valor pessoal, conhecimento como fator de superioridade, e não de responsabilidade. O egoísmo foi entronizado e nós aderimos, mais ou menos escancaradamente. Assim sustentamos o sistema.
"A massa sustenta a marca; a marca sustenta a mídia; e a mídia controla a massa."
George Orwell
Abraços a todos,
Eduardo Marinho.
(http://observareabsorver.blogspot.com)
Esse artigo do Laerte diz o que venho repetindo à exaustão, nas calçadas, praças, bares, conversas por aí. Vivemos num regime empresarial travestido de democracia. E fomos levados a acreditar em mentiras e a ver o mundo de maneira totalmente distorcida. Os que se angustiam se vêem num labirinto sem saídas, os que se revoltam encontram as dispersões calculadas para os revoltados, um mercado de revoltados, com produtos e comportamentos que expressem sua inconformação sem ameaçar o sistema, ao contrário, colaborando com ele, como consumidor e como colaborador na montagem do cenário de democracia, que precisa ser constantemente retocado, modificado, reestruturado, para permanecer como ilusão e conter explosões. Qualquer descontrole nessa área, as forças de segurança já estão treinadas e preparadas para a contenção. Desapartadas do sentimento de sociedade, de pertencimento à coletividade, essas pessoas não se constrangem em atacar, agredir homens, mulheres, velhos, crianças, sem perceberem o lado humano vergonhoso de tal atitude que, se os que cometem vissem, em situação de calma, ficariam no mínimo constrangidos, envergonhados pela evidente covardia. Uma força armada, treinada pra luta, pro massacre, atacando populações que não reagem e nem teriam condições de reagir à altura. E nos poucos casos de reação popular, como os recentes, no Juramento, na Mangueira,... dão as sérias conseqüências, revanche com gases, crianças, velhos, crianças passam mal, mulheres grávidas, feridos, presos. Nenhum bandido, além de alguns policiais que se aproveitam da farda e da ideologia do seu treinamento pra extravasar desvios pessoais - sem perigo de sofrer conseqüências, quando contra negros e pobres.
Penso que ver o mundo como ele é, ou procurar fazer isso, é o primeiro passo no processo de mudança consciente da realidade que nos cerca, da sociedade em que vivemos, esquecidos da coletividade que somos e de nosso compromisso, intrínseco à vida, em solidariedade e sentimento, uns com os outros e todos com o equilíbrio e a harmonia entre todos. Sem nenhuma exceção, esse é o nosso compromisso, consciente ou não. E nesse caminho avançamos, como o tempo, como a evolução de todas as coisas que conhecemos e, imagino, de pelo menos muitas das que não conhecemos.
O domínio e a pesada influência das grandes empresas nas decisões e mais, na existência dos poderes públicos, com o apoio decisivo da mídia privada dominante, já se mostra a muitos olhos. Ainda poucos dentro do todo, mas isso se propaga como fogo. Resta escapar dos extintores do sistema, até que o incêndio seja tamanho que não se possa mais controlar, pois incendiará até os extintores.
Cabe perceber, porém, que a maior parte da força opressora, controladora, do poder econômico reside em nosso consentimento coletivo, assimilando, mesmo a partir do inconsciente, os valores impostos, induzidos, criados, apregoados pela mídia, pela publicidade e com a distorção das informações pelo jornalismo das grandes empresas. Vemos o mundo como uma arena, cheia de inimigos a vencer, obstáculos a superar, um "inferno" no caminho de um "paraíso" reservado a poucos. Todos adversários de todos, riqueza como objetivo de vida, posses como certificado de valor pessoal, conhecimento como fator de superioridade, e não de responsabilidade. O egoísmo foi entronizado e nós aderimos, mais ou menos escancaradamente. Assim sustentamos o sistema.
"A massa sustenta a marca; a marca sustenta a mídia; e a mídia controla a massa."
George Orwell
Abraços a todos,
Eduardo Marinho.
(http://observareabsorver.blogspot.com)
Quem corrompe? Trabalhador corrompe? Professor corrompe?
Por : Laerte Braga
Há dias o País tem assistido a um esforço desesperado de velhos golpistas (torturadores, estupradores, assassinos de 1964), aliados a grandes empresários, banqueiros e latifundiários, para mobilizar os brasileiros contra a corrupção.
Tentam convocar uma nova marcha da família com Deus pela liberdade arvorados em uma condição de salvadores da pátria, do mesmo jeito que fizeram em 1964 sob o comando do embaixador Lincoln Gordon dos EUA e do general Vernon Walthers, ex-diretor da CIA (o governo dos EUA, em 1964 designou um comandante militar para as forças golpistas que entre outras coisas era amigo pessoal de Castelo Branco e falava português).
Apoiados pela grande mídia, a mídia privada, GLOBO à frente, tecem as mentiras de sempre, criam as ilusões que sempre criaram e tentam reduzir a corrupção a deputados, governadores, senadores, prefeitos, até presidente da República.
Dilma repete o malabarismo de Lula, uma no cravo outra na ferradura. O diapasão desse concerto petista é a bolsa família e 45% das receitas orçamentárias para pagar juros da dívida junto a bancos privados.
A diferença entre Dilma e Lula é que a presidente não consegue se equilibrar sobre o fio tênue do “capitalismo a brasileira” que o ex-presidente inventou. É menor que o cargo e ainda carrega consigo alma de tecnocrata. Ou seja, o que vale são os números não o ser humano. Na cabeça dessa gente numa tragédia, digamos assim, se a primeira impressão é que morreram dez quando poderiam ter morrido vinte, houve lucro, deixaram de morrer outros dez. Enxergam o mundo desse jeito.
No sete de setembro a GLOBO editou as matérias sobre o Grito dos Excluídos e a marcha das elites paulistas que tentam espalhar pelo Brasil, jogando tudo no ar como se fosse protesto contra a corrupção. Canalhice bem ao estilo da rede.
Nasceu com a ditadura, apoiou a ditadura e é instrumento de interesses estrangeiros, de banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Trabalhador e professor, por exemplo, não corrompem ninguém. São ludibriados por políticos corrompidos por banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Veja o caso de Minas. Quando governador do estado o ex-presidente Itamar Franco anulou um acordo feito pelo seu antecessor, Eduardo Azeredo – corrupto de carteirinha – que entregava a CEMIG a grupos estrangeiros. Aécio, agora, no final de seu governo refez o acordo e entregou a CEMIG.
A mídia disse alguma coisa? Nada. Está no bolso. É venal. E o povo, o trabalhador, os professores mineiros nas mãos de uma aberração política o tal Antônio Anastasia, valet de chambre de toda essa gente, está como? Mas Aécio comprou um apartamento de um milhão de reais no Rio de Janeiro.
Segundo outra aberração, Cid Gomes, “professor tem que dar aula por amor, se acha o salários baixo que procure outra profissão”. Sogra não. O dito leva para Paris em vôo pago pelos cofres públicos.
O esquema de financiamento de campanhas políticas no Brasil permite que empresas, bancos e latifundiários comprem lotes de candidatos em todos os partidos com representação na Câmara ou no Senado através de doações. Tornam-se proprietários lato senso desses deputados, senadores, de governadores, prefeitos, vereadores, atingem o Judiciário e permeiam o Executivo.
Mas e daí?
O xis da questão não está em reformas políticas ou outras, na tentativa de construir painéis coloridos de ilusão e manter uma realidade podre como querem os que se voltam apenas contra os políticos no caso da corrupção.
E quem corrompe? Para que exista um corrupto é necessário que exista um corruptor.
A corrupção está intrinsecamente ligada ao modelo político e econômico vigente. A reforma política tira José Sarney de cena e coloca na cadeia? Não. Sarney serviu a ditadura militar com subserviência e de quatro durante todo o período do regime, da mesma forma que descaradamente emergiu – com a morte de Tancredo – como guia e condutor do processo de reconstrução democrática.
E o povo? A participação popular? Não tivemos uma assembléia nacional constituinte, mas um congresso constituinte e tutelado pelos militares que, entre outras coisas, não permitiram, como tem criado toda a sorte de obstáculos para que sejam revelados os documentos que mostrem a covardia diária dos golpistas/torturadores enquanto durou o regime.
Na passeata contra a corrupção em São Paulo estava um desses generais, eram visíveis bandeiras dos Estados Unidos.
Não foi por outra razão que o pensador e parlamentar inglês Samuel Johnson afirmou que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
O que querem? Mudar os políticos? É só olhar os antigos colaboradores do regime militar, vivos e fortes aí, exercendo mandatos e se afirmando democratas.
O que essa gente pretende é simples. Antônio Ermírio de Moraes compra dez tênis adidas a vista produzidos com trabalho escravo em países asiáticos, inclusive a China e o trabalhador compra um pagando em dez prestações para se sentir num dado momento como Ermírio de Moraes, na ilusão que vivemos numa democracia. O espetáculo, a “sociedade do espetáculo”.
Ermírio de Moraes está destruindo o Espírito Santo – o meio ambiente – com suas empresas, o tal progresso, adoecendo um povo, com aplausos de um ex-governador corrupto e assassino, Paulo Hartung, que de fato continua no covil do governo (chamam de palácio), onde um contínuo chamado Renato Casagrande faz de conta que governa.
Por trás da tal campanha existe a sórdida mentira capitalista, pela simples razão que os corruptos são corrompidos por eles. Não querem pagar impostos, não querem conquistas e direitos dos trabalhadores, não querem que o progresso seja algo comum a todos e sim privilégio deles. Querem professor dando aula por amor.
Quando se concede benefícios fiscais e tributários a uma grande empresa o custo dessa concessão é pago pelos trabalhadores, pelos pequenos empresários, pelo dinheiro que falta na saúde, na educação. É o caso da COCA COLA que financia parte dessa campanha. Ocupa terras públicas, através de uma empresa chamada CUTRALE, vende a idéia de progresso, geração de empregos, compra deputados, senadores, juízes, etc para manter as terras que repito são públicas e imputa-se a culpa aos trabalhadores rurais sem terra, aos pequenos produtores rurais.
E infestam a mesa do brasileiro de veneno como mostra um excelente documentário do notável Sílvio Tendler sobre agrotóxicos e coisas que tais. O veneno que comemos todos os dias produzido pelos compradores de deputados, senadores. juízes e que agora protestam contra a corrupção, biombo para disfarçar seus verdadeiros interesses.
Se fosse para valer não haveria um banqueiro solto. Estariam todos presos. Nem um grande empresário, ou latifundiário que até hoje se vale de trabalho escravo.
Por mais irônico que possa parecer, ou trágico, os que protestam contra a corrupção e tentam transformar a corrupção em único mal do Brasil são os que corrompem. E a meia dúzia de inocentes a acreditar nesse tipo de marginal.
O institucional está falido. O modelo está corrompido por essa gente. O palco da luta é outro, é dos trabalhadores e é nas ruas contra a farsa de campanhas como essa.
São velhos gatunos tentando fazer ressurgir o golpismo que é parte da genética desse tipo de gente.
Deputados, senadores e juízes corruptos, governadores, são apenas figuras execráveis e compradas que carregam em seus balaios.
Trabalhador não corrompe ninguém. Professor, que é trabalhador, não corrompe ninguém.Quem corrompe são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
É simples entender isso. A corrupção é parte inseparável do modelo político e econômico que temos.
Jogar por terra toda essa estrutura podre e construir um Brasil livre e soberano, sem essa gente, aí sim, essa é a luta real dos brasileiros.
Não há corrupto sem corruptor.
E por longo que fique, uma breve e real historinha. Nos idos de 2002 a GLOBO estava enfrentando sérias dificuldades de caixa. A GLOBOPAR estava levando o dinheiro da empresa. Tentaram 250 milhões de dólares junto a FHC e como o ex-presidente estivesse demorando muito a liberar o dinheiro, lançaram, inventaram, a candidatura Roseana Sarney à presidência. Chamaram o IBOPE e suas pesquisas prontas para atender o interesse do cliente, levaram Roseana às alturas e aí FHC chamou a turma na conversa.
O capital da GLOBOPAR era o seguinte – 90% da GLOBO, 5% do BNDES e 5% da MICROSOFT.
Convocaram uma assembléia geral para aumento de capital de um jeito que esse aumento implicasse nos 250 milhões de dólares e aprovação da emenda constitucional que passava a permitir a presença de capital estrangeiro no setor de telecomunicações. A GLOBO não entrou com sua parte, lógico, estava inclusive ameaçada de falência, havia credores externos apertando os Marinhos, a MICROSOFT que já sabia da mutreta correu fora e o BNDES entrou com a sua parte, dinheiro dos brasileiros. O Congresso aprovou a emenda, o grupo MURDOCH comprou parte da GLOBOPAR. Na semana seguinte a Polícia Federal de FHC estourou o escritório do marido de Roseana achando um milhão de reais ilegais doados para a campanha. Tudo pronto, ficou acertado o apoio da rede a candidatura de Serra. O furo foi exclusivo da GLOBO.
E a GLOBO está na campanha contra a corrupção. Dá para entender os verdadeiros motivos desses bandidos?
A luta é outra. É contra bandidos compradores e comprados. Se bobear essa gente revoga a Lei Áurea e amplia os limites da escravidão contra todos os trabalhadores. Na prática, vão fazendo isso nessa mistura de populismo com capitalismo e campanhas imorais e amorais como essa. Jogo de cena de bandidos para vender imagem de santos.
laertehfbraga@gmail.com
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